Após Nicolás Maduro, líder político da Venezuela, ter adiantado as festividades natalinas no país para este mês de outubro, dezenas de aposentados se concentraram em frente à sede da Organização das Nações Unidas (ONU) no país, para pedir que o órgão intervisse na situação política do país.
Um dos protestantes, a advogada Urimare Capote, de 62 anos, afirmou que se pergunta diariamente: “quem consegue viver com 3,50 dólares?”. Este valor, equivalente a R$ 19, é à quantia que a advogada recebe de aposentadoria todos os meses, em um país onde a cesta básica supera os US$ 500 (valor próximo a R$ 3.000).
Desde 2022, o valor da aposentadoria na Venezuela é de 130 bolívares. À época, o valor equivalia a 30 dólares, mas atualmente, equivale a US$ 3,50 ou R$ 19
Segundo o portal G1, Maduro insiste que a precariedade dos salários é resultado das sanções dos Estados Unidos contra o país, ao passo que analistas atribuem o problema à anos de medidas econômicas erradas que provocaram uma forte recessão e desvalorização massiva da moeda local.
No começo de setembro, Maduro decretou que o período de Natal se iniciaria em 1º de outubro e se estenderia até 15 de janeiro de 2025. Segundo ele, por conta do momento de paz, felicidade e segurança pelo qual o país passa.
CONTEXTO DA CRISE
A situação ocorre em meio a uma das maiores crises políticas da história do país, após os resultados das eleições gerais realizadas no dia 28 de julho terem sido contestadas pela oposição, liderada pelo candidato Edmundo González e pela ex-congressista María Corina Machado.
O Conselho Nacional Eleitoral (CNE), aliado ao regime de Maduro, anunciou a vitória do então presidente por pouco mais de 51% dos votos. A oposição, no entanto, considera que os resultados das eleições foram adulterados. De acordo com eles, González teria vencido as eleições com praticamente dois terços dos votos totais.
A contestação tem o apoio de diversos países e líderes políticos ao redor do mundo, que pedem, desde o final de julho, a divulgação das atas eleitorais do pleito. O CNE, no entanto, afirma que a divulgação foi impossibilitada por supostos ataques hackers que o órgão sofreu.
Desde então, o Supremo venezuelano entrou na cena e confirmou os resultados divulgados pelo CNE, ainda sem divulgar as atas e Edmundo González deixou o país, após ter sido supostamente coagido a assinar uma carta acatando a vitória de Maduro.
Do Portal Bahia Notícias/Foto: Rafa Neddemeyer/Agência Brasil
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