Amanhã será o “Dia ‘D’ contra o Aedes aegypti” na Bahia. Seis mil militares do Exército, Marinha e Aeronáutica se juntarão aos agentes de endemias dos municípios para fazer uma grande ação educativa em 31 cidades baianas, com a distribuição de folhetos e orientações para a população sobre como evitar a proliferação do mosquito transmissor da zika, dengue e febre chikungunya.
Até março, as Forças Armadas também integrarão uma mobilização nas escolas. Segundo o subsecretário estadual de Educação, Aderbal de Castro, além da distribuição de cartilhas, a rede estadual de ensino irá, através do programa Ciência na Escola, realizar oficinas para transformar os estudantes em agentes de saúde. “Esperamos que eles atuem não apenas na escola, como também entre a família e os amigos, ampliando a rede de atuação”. A proliferação do vírus zika também está na pauta da Campanha da Fraternidade. A Arquidiocese de Salvador informou que o tema será pautado em sermões e encontros das paróquias.
O temor contra o vírus aumentou após a associação do zika com os casos de microcefalia. Na Bahia, desde outubro de 2015, 701 casos da doença foram notificados. Em Salvador, dez edifícios do Condomínio Pituba Ville foram vistoriados ontem por agentes de endemias da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) acompanhados de 30 militares do Exército, após a denúncia de um morador. A operação identificou um criadouro e aplicou larvicidas nos imóveis e arredores.
“Apesar de termos a autorização de abrir os apartamentos com um chaveiro, essa é uma medida que só adotamos na terceira tentativa, pois queremos encontrar o proprietário do imóvel para conscientizá-lo”, disse a coordenadora do Programa municipal de Combate a Endemias, Isabel Guimarães. Desde que a operação de combate ao mosquito foi iniciada, no dia 11 de janeiro, 300 mil imóveis foram visitados na capital baiana.
Universidade do Texas e Brasil estudam vacina contra zika
O ministro da Saúde, Marcelo Castro, anunciou ontem a assinatura do primeiro acordo internacional para o desenvolvimento de vacina contra zika. A parceria foi feita entre a Universidade do Texas e o Instituto Evandro Chagas, no Pará. De acordo com Castro, a estimativa é que o produto esteja concluído em até dois anos. Terminado esse prazo, teriam início os testes. “Podemos ter a vacina em até três anos no total. Pesquisadores estão otimistas”, disse.
O pesquisador Pedro Vasconcelos, do Instituto Evandro Chagas, informou que o imunizante será feito a partir de trechos do vírus responsáveis por desencadear resposta imune. Esses fragmentos seriam inseridos em uma espécie de cápsula formada com material do vírus, mas que não teria risco de provocar a infecção no paciente.
“O Brasil ficará encarregado de fazer o sequenciamento do vírus e testes em animais”, contou Vasconcelos. O pesquisador afirmou que o sequenciamento do vírus realizado no Instituto já está na sua fase final. O governo brasileiro deverá investir US$ 1,9 bilhão nos próximos cinco anos.
Outras frentes de pesquisa para desenvolvimento de vacinas estão em negociação. Uma delas é com o Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos Estados Unidos e o Instituto Butantan. Há ainda possibilidade do desenvolvimento de imunizante em parceria com Biomanguinhos e um laboratório farmacêutico. (Informações do Correio).
Do Portal Interior da Bahia