Neymar disse sim. Ao Santos, à torcida alvinegra, a Pelé, Mano Menezes, Dorival Júnior, Zagallo. Durante os últimos dias, o garoto, de 18 anos, ouviu de todos os lados pedidos para que permanecesse no Brasil, com o objetivo de amadurecer, se tornar um jogador mais completo e, só então, se aventurar no futebol europeu.
O atacante e seus representantes pediram ao Chelsea que aguardasse pelo menos até o fim da Taça Libertadores 2011. Valeu também o esforço dos dirigentes do Peixe, que bateram o pé.
O clube inglês, se quissesse, teria de pagar a multa de € 35 milhões (R$ 79 milhões). O contrato de Neymar, agora, vale até o fim de 2015, e a multa, a partir de 1º de dezembro, passará a ser de € 45 milhões (R$ 101 milhões).
O acordo foi confirmado nesta quinta-feira, em reunião entre Neymar, seu empresário, Wagner Ribeiro, e o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro. No entanto, o "fico" está selado desde a última terça-feira, quando foi apresentado um projeto de carreira para o jovem.
Bruce Buck, presidente do Chelsea, está em São Paulo. Ele veio ao Brasil para assistir à final da Taça Libertadores e também para tentar fechar a contratação do prodígio santista, mas a diretoria do Peixe armou uma estratégia de guerra para "esconder" Neymar e fazê-lo assinar o novo contrato antes do encontro de seus representantes com o americano que gerencia o clube europeu.
A princípio, o pai do jogador, Neymar da Silva Santos, e o agente, Wagner Ribeiro, pressionaram pela transferência. Diziam ser arriscado esperar, pois acreditavam que uma proposta como a que o garoto recebeu poderia não se repetir. No entanto, a retórica do presidente santista, Luis Alvaro Oliveira Ribeiro, e de seus colaboradores convenceu os representantes, que não forçaram mais a barra.
- O projeto apresentado pelo Santos para Neymar é maravilhoso. Desde a imagem no exterior, sendo trabalhada aqui no Brasil com media trainning, até a assistência à família. Nunca vi nada igual - afirmou Wagner Ribeiro.
Neymar vai passar a ganhar mais dinheiro no Santos, mas não chega perto ao que o Chelsea lhe ofereceu: € 4 milhões (R$ 9 milhões) por ano. O Peixe, por outro lado, não vai extrapolar seu teto salarial. O pagamento será feito em parceria com investidores, a exemplo do que aconteceu com Robinho.
O Peixe seguirá pagando seu máximo, R$ 160 mil, valor que o jogador já recebe. O restante virá via parceiros e ações de marketing. Além disso, o atacante ganhará aumento cada vez que uma meta estabelecida for cumprida: convocação para a Seleção, artilharia, títulos.
Nas próximas semanas, o Peixe chamará Paulo Henrique Ganso para apresentar um projeto semelhante. A meta é segurar as duas joias até a Copa do Mundo de 2014.
- O nosso sonho é que os dois disputem o Mundial como jogadores do Santos - afirmou o presidente santista, Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro.
Do G1-Por Adilson Barros
Santos, SP
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