Incluído na lista dos políticos a serem investigados pela Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Jerônimo Goergen (PP-RS) destoa de seus colegas: em vez de atacar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, como tem feito a maioria, descarrega sua indignação contra o seu próprio partido, o PP, e o Palácio do Planalto.
Para o deputado, o Partido Progressista “acabou faz tempo” e não passa hoje de uma “prostituta”. “Só estou na lista porque sou PP”, resumiu, negando ter recebido qualquer vantagem indevida do esquema de corrupção da Petrobras. Para ele, seu partido perdeu qualquer configuração ideológica e vive uma eterna disputa interna de poder. “O que é o PP dentro desta Casa? Pergunta o que o PP pensa sobre reforma política. Não pensa. Pergunta o que pensa sobre reforma tributária. Não pensa. Pergunta o que pensa sobre qualquer coisa. Não pensa. Está sempre se defendendo de um lado pro outro. Então, sob o ponto de vista político, o PP acabou faz tempo. O PP estava no mensalão.
Agora, ainda virou a prostituta do processo. O governo jogou tudo no colo do PP”, disparou o deputado, em entrevista ao Congresso em Foco. Considerado uma das surpresas da lista de Janot, devido ao distanciamento que sempre manteve em relação à cúpula da legenda, Goergen demonstra mágoa com as lideranças de seu partido e desalento com a vida pública.
Chegou a questionar à reportagem se valeria a pena se reerguer politicamente. Na última segunda-feira (9), o deputado chorou copiosamente ao anunciar que se licenciaria do diretório estadual do PP. Na ocasião, também pôs à disposição dos investigadores a quebra de todos os seus sigilos (bancário, fiscal, telefônico etc).
Do Portal NS
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