A Assembleia Legislativa da Bahia teve uma manhã bastante agitada nesta terça-feira (24) com a audiência pública “Violência Policial e Juventude Negra”. O objetivo foi abrir uma discussão entre autoridades ligadas a segurança pública e a sociedade civil organizada sobre o alto índice de letalidades contra a juventude negra.
A iniciativa foi promovida pela Comissão Especial de Promoção da Igualdade (Cepi), em parceria com a Comissão de Direitos Humanos e Segurança Pública. Durante os calorosos depoimentos, os posicionamentos mais recorrentes foram contra a redução da maioridade penal e a favor do fim dos autos de resistência e da desmilitarização da polícia.
Os deputados estaduais Gika Lopes (PT) e Fátima Nunes (PT) propuseram a realização de uma audiência pública na região do sisal para debater o genocídio da juventude negra. “Precisamos ouvir as pessoas e entender as peculiaridades regionais para atuarmos com mais eficiência na eliminação do extermínio do povo negro. Vamos cuidar e proteger nosso povo,” afirmou Gika.
Para Eduardo Ribeiro, vice-presidente do Conselho Estadual de Juventude, a população negra sofre com a estigmatização do uso das drogas como motivo para legitimizar o genocídio. “Não é uma guerra contra as drogas e sim contra as pessoas. Duas ações são fundamentais para combatermos o genocídio: o fim dos autos de resistência e a implementação de uma controladoria externa da polícia militar,” defendeu Eduardo.
Sérgio São Bernardo, da Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi), destacou a contradição entre os avanços das políticas afirmativas e o aumento, exponencial, dos índices de letalidade dos jovens negros. “Vivemos uma contradição histórica e precisamos pensar alternativas estratégicas para resolvê-la. É preciso focar as ações nas pessoas e trabalhar no desenvolvimentos de mais ações sociais, gerando mais oportunidades de empregos e qualificação para nossos jovens,” disse.
Ao final dos pronunciamentos dos componentes da mesa, Marcos Maurício, presidente do Sindicato da Polícia Civil, se posicionou sobre os temas abordados e disparou: “A Polícia Civil precisa de mudanças em seu modelo de gestão. É necessário melhorar a nossa estrutura funcional, a capacitação e valorização,” desabafou.
Presenças
A audiência contou também com a presença de representantes da sociedade civil organizada como Anhamona de Brito, superintendente de Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Desenvolvimento Social; Tânia Palma, da Rede de Mulheres Negras da Bahia; e Yulo Oiticica, ex-deputado estadual.
Da Assessoria de Comunicação
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