O aumento da violência na zona rural, motivou os moradores da Comunidade de Boa Vista de Aroeira, distante 20 km da sede de Conceição do Coité, enviar um e-mail ao CN contando o drama que estão vivendo. Na região moram 104 famílias que vivem basicamente da agricultura familiar e nos últimos anos tiveram que mudar seus hábitos e até mesmo a estrutura de suas casas.
Por uma questão de segurança, eles pediram para não serem identificados, que apenas fosse narrado a história para que chame a atenção das autoridades. O caso mais grave envolveu a única agente de saúde da região que teve sua residência atingida por diversos disparos de arma de fogo, na ocasião o caso foi informado à delegacia e nenhuma providência, segundo ela, foi tomada.
Ela disse também que o ocorrido foi na gestão do ex-delegado e no dia, a polícia estava em greve e não deram nenhuma atenção. Os disparos em sua residência a levou a colocar portões reforçados em todos os acesos da casa, inclusive nas janelas.
A noite a casa é iluminada por lâmpadas potentes e vigiada por cachorros, além de grandes cadeados e correntes nas cancelas. “Quem vive preso é a gente e os bandidos estão soltos”, desabafou.
Os proprietários das casas trocaram as janelas por Seteira (tipo de janela estreita que impossibilita a passagem de uma pessoa, por exemplo) segundo eles, passa mais proteção. As noites, ninguém sai de casa, “roubam tudo, entram, assaltam, espalham terror”, desabafou um agricultor que preferiu ficar no anonimato.
Os furtos de pequenos animais são quase diariamente e até canos de tanques de armazenar água já foram roubados. “É uma cena comum encontrar pessoas usando dragas e nos amedrontar, tomar nosso dinheiro”, desabafa outro agricultor.
É comum também encontrar casas com placa de venda e histórias de pessoas que foram vítimas da violência rural e tiveram que se mudarem para o Distrito de Aroeira, comunidade de referência da região.
Uma nova pratica da marginalidade da região é a colocação de galhos de matos e espinhos nas estradas, uma forma de parar os veículos e praticarem os assaltos.
No e-mail eles solicitam a presença do capitão Agassiz, o delegado Getúlio Queiroz e se possível o Juiz Gerivaldo Alves Neiva, na comunidade e verificar que todos estes fatos são verdadeiros.
Redação CN/ fotos: Deivdy Willian
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