No mês de outubro passado, o povoado de Chapada, em Riachão do Jacuípe, viveu um momento de glória com as filmagens de uma apresentação do grupo de samba de roda Chuva de Prata, que vai fazer parte do filme-documentário “A Cor do Trabalho”, que tem a direção de Antônio Olavo.
Gente como Zé Pequeno, Jorge Barbeiro, Nere e tantos outros participaram da apresentação de gala, impressionando a equipe do cineasta, composta ainda por Josias Souza, Rogério Almeida e Raimundo Laranjeira, além da participação do jornalista Evandro Matos.
De improviso, Zé que Pequeno puxou chulas e batuques históricos, todos eles remetiam à tradição de lutas e trabalho do povo do povoado de Chapada, que tem a maior parte de seus moradores de origem afrodescendente, e também do estado da Bahia.
A Cor do Trabalho registra como a união entre a solidariedade e o trabalho constituiu uma força com o poder de transformar histórias e vidas da população negra na Bahia, positivando suas vivências, superando as muitas adversidades, servindo de exemplos e referências para as gerações posteriores.
Produzido pela Portfolium Laboratório de Imagens, este documentário é uma realização daSecretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte – SETRE e faz parte de um conjunto de ações desenvolvidas, entre as quais o recente Edital de Apoio à Economia Solidária de Matriz Africana, cujo objetivo é fortalecer uma política de valorização permanente das raízes históricas do povo negro, nos aspectos sociais, econômicos, culturais, étnicos, religiosos e políticos.
A Cor do Trabalho não tem cunho comercial. Suas exibições sempre terão acesso livre ao público e suas cópias serão distribuídas, como doação, para bibliotecas, instituições públicas culturais, entidades negras e todas as escolas do Ensino Fundamental e Ensino Médio da Rede Pública Estadual da Bahia.
Novo cenário
Em meados da década de 1960, o povoado de Chapada também serviu de cenário para o filme O Caipora, com direção de Oscar Santana, e participação de artistas como o ex-árbitro de futebol Garibaldo Matos, e os históricos Mário Gusmão e Jurema Penna.
Durante as filmagens, vários moradores do povoado participaram do trabalho como figurantes, alguns com mais destaque, como Lota, Zé Vermelho e Antônio Ramos, este com 95 anos e ainda vivo.
Relação dos sambadores do grupo Chuva de Prata:
Jorge Barbeiro, Neres, Martim, Luiz de Cornélio, Raimundo de Lázaro, Nino, Adolfo, Albertino, Dedé, Maria de Lázaro, Nay, Fátima, Priquita, Zenir, Henrique, Mundinho do Bar e Bode.
Da redação do Interior da Bahia
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