Há três décadas filiado ao Partido dos Trabalhadores, o ex-vereador do município de Serrinha, Nilton Freire, disse ao CN que a “investida” do prefeito Osni Cardoso será a “única” liderança petista na região do sisal deu errado, e que, sonhando com esta possibilidade contribuiu para a derrota em 2008 dos candidatos apresentado pelo partido nos municípios de Conceição do Coité, Francisco de Assis, “Assis da Caixa” e de Valente, Ismael Ferreira, “Ismael da APAEB”. “Através do ex-secretário de Relações Institucionais Rui Costa, Osni conseguiu fazer com que o governador Wagner não fosse a estas cidades e desta forma construiu para que o Partido fosse derrotado. Se Assis e Ismael fossem eleitos o PT estaria bem mais forte na região”, afirmou Freire.
Nilton iniciou sua militância petista em 1981, na cidade de Itaberaba, onde ajudou na formação da comissão municipal. Em 1982, foi trabalhar na EMATERBA, hoje EBDA, na cidade de Serrinha, onde foi vereador e atualmente, além de prestar assessoria no gabinete do deputado estadual Marcelino Galo (PT), atua como consultor do MOC no Programa das Cisternas.
O petista não encurta críticas quando o assunto é Osni Cardoso. Segundo ele, Cardoso foi candidato a vereador pelo município de Ichu, não conseguindo se eleger, depois ingressou no movimento estudantil e candidatou a vereador por Serrinha, obtendo 1.056 votos e por questão de legenda, não conseguiu se eleger.
Dois anos seguinte foi candidato a deputado estadual, onde obteve 9 mil votos e conseguiu 4 mil para Rui Costa, com quem fez a dobradinha, se credenciando a ser candidato a prefeito em 2008, sendo eleito. “Ele tomou conta de toda situação, seu governo desconhece o PT e ninguém sabe quem é PT e governo. Em Serrinha só existe Osni e a Prefeitura. Ele montou um governo de pessoas e não da sociedade”, metralhou o ex-vereador.
Nilton denunciou que o PT de Serrinha, após Osni se eleger prefeito, ficou excluído dos movimentos sociais e o prefeito não cumpri acerto de campanha. “Fiquei fora da campanha em 2008, quando foi feito o acordo com Zé Valdo”, lembrou.
Wagner tem Osni com referência – Nilton disse ao CN que não concordou com o governador Wagner quando deixou de visitar Coite e Valente na campanha eleitoral de 2008 e lamentou quando disse que o governador pegou Osni como referência.
Indignado, ele lembrou a solicitação que fez ao governador de uma quadra poliesportiva para comunidade de Subaé e como resposta, Wagner teria dito a ele que a solicitação seria para ajudar na eleição de Walmir Assunção. “Olha, se Walmir necessitaria de uma quadra para se eleger? Era um pedido justo e deveria ser atendido, pois em 2006, Wagner obteve nas urnas da comunidade 86% dos votos válidos”, falou Nilton.
Entre um cigarro e outro, o ex-vereador ia lembrando os fatos. Em 1992, quando Wagner foi candidato a deputado federal, obteve na época 32 mil votos, sendo 08 mil nos municípios da região do sisal. “Nós saímos apresentando ele na região”.
Como “presente” de Osni Cardoso, Nilton disse que era coordenador do Programa e ele teria pedido para Rui Costa intermediar sua demissão e “o pedido foi prontamente atendido”, afirmou.
Avaliando a política de Serrinha – “Se aparecer um candidato que una os grupos, pode contar como certo que Osni perde a eleição, porém, se isto não acontecer, ele ganha mais uma vez, mas sem seu apoio, pois se o candidato do PT for ele, não subo no palanque”, declarou.
De acordo com Freire, Osni não consegue manter a liderança do grupo e um exemplo desta realidade foi à eleição de 2010, onde os vereadores do PT não acompanharam os deputados indicados pelo prefeito e cada um deles seguiu na “carreira solo” e o candidato a deputado apresentado por Osni venceu apenas por 20 votos para Lulu. “Basta lembrar que dos vereadores da base de oposição no município, um deles é Justino Júnior, do PT”, lembrou.
Nilton disse também que em 2008 foi convidado pela prefeita Tânia Lomes para subir em seu palanque e não foi por causa do partido, PSDB, que não era da base do governo. “No momento atual, acho que Adriano Lima é o nome com chance real de ganhar para Osni”,
Um governo desastroso – Nilton não economizou críticas ao governo de Osni e não considera uma gestão petista. “PPA não foi colocado em prática, aquele prédio alugado para funcionar a Prefeitura é um verdadeiro absurdo, a procissão do Fogaréu foi um fracasso, inventaram tal de Pedrinho, matando a cultura do São João, pois essa não é a nossa tradição, todas as obras em execução no município são dos governos do estado e federal, não existe nada sendo feito com recursos próprios, a SAMU ainda não foi colocada em funcionamento por uma questão gerencial, foi feito algum acordo com Vardinho Serra e ninguém sabe que acordo foi esse, pois é com quem o prefeito mais anda e tem todos os privilégios, mais até que nos governos passados. Neste governo o homem forte, nem faz parte do governo, que é Raidelson, esposo da secretária de Educação”, metralhou Freire.
Sobre a possível união de Osni com o grupo Lomes, Nilton disse que não sabia se existia algum acordo político, mais lembrou que no período do Pedrinho, a Prefeitura e o Grupo, realizam uma festa “particular” em conjunto, de acordo com os outdoors colocados na cidade.
“Falo tudo isto, porém reconheço que ele será o candidato do partido, pois filiou mais de 1000 pessoas, que nada tem a ver com a história do PT e desta forma fica difícil realizar uma prévia. Quero apenas dizer que para o PT, era melhor ter perdido em Serrinha e ganhado em Coité. Você lembra o que disse há pouco, que Wagner foi influenciado por Rui Costa para não ir a Coité e Valente, pois dizia ao governador que o PT perdia nestas cidades e Wagner acreditou, mesmo conhecendo mais Assis do que Osni, tanto é que durante o comício de apoio a Osni, ele trocou por diversas o nome de Osni por Assis”, concluiu.
Por Valdemí de Assis (Portal Calila Notícias)
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