O gerente do Banco do Brasil de Caetité, no sudoeste da Bahia, que teve explosivos amarrados ao corpo após um sequestro, prestou depoimento na delegacia da cidade na manhã desta quarta-feira (28).
O gerente, que tem 45 anos, ficou 14 horas com duas bananas de dinamite conectadas a um celular amarradas ao corpo. De acordo com o delegado titular, Luis Cláudio Albuquerque, a vítima relatou que foi abordada na noite segunda-feira (26) quando seguia para pegar o carro e ficou rodando, com um capuz na cabeça, com quatro criminosos pela cidade e que após ter o explosivo amarrado ao corpo foi orientado a voltar para casa e dormir com o artefato, sob ameaça da quadrilha.
De acordo com a polícia, o gerente é natural de Caetité, mas trabalha no Banco do Brasil há apenas seis meses. Durante o depoimento, a vítima detalhou a ação dos criminosos e relatou que os integrantes da quadrilha conheciam a rotina dele.
"Ele mora sozinho com o pai, que já é idoso. Os homens fizeram perguntas sobre a cuidadora do pai dele, queriam saber o horário que ela saía da casa. O objetivo dos criminosos era passar a noite na casa do gerente, mas ele alegou que tinha receio do pai dele desconfiar da situação e passar mal. Ele disse também que a quadrilha desconfiou em um certo momento que a polícia havia sido acionada e fez ameaças ao rapaz envolvendo o pai dele e um colega do banco. Em certo momento da madrugada, os criminosos tiraram ele do veículo e tiraram o capuz dele, mas todos os integrantes do grupo estavam encapuzados", disse Luis Cláudio Albuquerque.
Foi nesse momento, por volta das 3h30 da madrugada de terça-feira, que, segundo o delegado de Caetité, os criminosos montaram o artefato explosivo e amarraram ao corpo da vítima em um local sem movimento de pessoas.
"Eles avisaram ao gerente que se tratava de um artefato explosivo alimentado por uma bateria de lítio e que podia ser acionado pelo celular. Orientaram ele a ir para casa normalmente e o ameaçaram, caso a polícia fosse acionada, em explodir o artefato. A vítima passou a noite em casa com os explosivos no corpo e seguiu as orientações do grupo para pegar o dinheiro no banco no horário que, habitualmente, ia para o trabalho", afirmou Albuquerque.
O delegado informou que o grupo "combinou" com a vítima que pegaria o dinheiro no local conhecido como "Curva do Vento", na BR-262, na altura da cidade de Igaporã, distante cerca de 50 km de Caetité.
"O gerente foi com o carro dele até o local indicado e entregou o dinheiro pela janela do veículo aos criminosos que chegaram em outro carro e emparelharam com o dele. Nenhum elemento desceu do carro, ele disse que nem chegou a ver as pessoas e que foi informado que um outro integrante da quadrilha iria ao local para desmontar o explosivo. Passados 40 minutos, ninguém esteve no local e a vítima pediu ajuda a um motorista de guincho que passava pelo local e acionou a polícia", informou o delegado Luis Cláudio.
Segundo o delegado de Caetité, o gerente está aparentemente calmo, como se manteve durante toda a operação para que o explosivo fosse desmontado. A agência foi reaberta nesta quarta-feira (28). Luis Cláudio relatou que os criminosos em momento algum entraram na agência e que vai analisar imagens de cãmeras de segurança próximas ao banco para verificar se houve alguma movimentação estranha na cidade dias antes do ocorrido.
Até as 12h de quarta-feira, nenhum suspeito do crime tinha sido localizado. A polícia informou que uma equipe do Grupo Avançado de Repressão a Crimes Contra Instituições Financeiras (Garcif) colheu depoimento da vítima ainda na noite de terça-feira, por volta das 20h, quando o gerente chegou a Caetité com os policiais.
Operação policial
Policiais da Companhia de Operações Especiais (COE), grupo da Polícia Militar, desmontaram os explosivos que estavam no corpo do gerente do Banco do Brasil de Caetité por volta das 17h30 de terça-feira (27), segundo informações de Fabiano Aurich, coordenador da Polícia Civil em Guanambi, cidade vizinha.
Os explosivos, duas bananas de dinamite que estavam conectadas por um fio a um aparelho de celular, foram detonados pela equipe da COE logo após o gerente ser liberado, na cidade de Igaporã, afirmou o coordenador da Polícia Civil. (Informações do G1).
Do Portal Interior da Bahia
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