O trigésimo município mais populoso do Estado da Bahia, de acordo com o último Censo divulgado há 9 dias, com população de quase 68 mil habitantes, está completando nesta sexta-feira, 07, 90 anos de emancipação política e administrativa.
Estamos falando de Conceição do Coité, cidade conhecida como Rainha do Sisal por ter o produto como principal fonte de economia pela geração de emprego e renda.
O município que se desmembrou de Riachão do Jacuípe em 7 de julho de 1933, nessas 9 décadas ganhou grande notoriedade e se tornou conhecida nacionalmente e seu nome é citado em outras partes do mundo através de sua gente que se destacou e destaca no esporte, na música, cultura, empresarial e etc.
Conceição do Coité tem uma área territorial de 1.016 Km² está a 210 km de Salvador, capital do Estado da Bahia, faz parte do território do sisal composto por 20 municípios, e sua população só é menor que a de Serrinha.
História
Segundo a tradição, o arraial de Coité originou-se de pouso de tropeiros que se deslocavam de Feira de Santana rumo à Jacobina que dividiam a jornada, descansando num local onde havia fonte que, mesmo no período da estiagem, jorrava. A água desta fonte era utilizada pelos tropeiros para consumo próprio e para matar a sede dos animais da tropa.
Assim surgiu o arraial que tomara a denominação Coité, porque os tropeiros pernoitavam sob o abrigo de uma árvore, cujos frutos eram pequenas cabaças que, no idioma primitivo, recebiam o nome de ‘Cuite’ (pequena cuia) a qual, serrada no meio era utilizada pelas donas de casa.
Para que o arraial fosse elevado à categoria de freguesia seria necessária a doação de terras ao Santo padroeiro. Então o Senhor João Benevides, antigo morador da povoação e proprietário de muitas terras, doou uma área onde está edificada a igreja de Nossa Senhora da Conceição, e grande parte do município. Pode-se afirmar, portanto que Conceição do Coité foi fundada pelo senhor João Benevides e família no através da Lei Provincial nº 539, de 9 de maio de 1855. Com a criação da freguesia, o povoado de Coité recebeu o seu primeiro padre, Manoel dos Santos Vieira. Pelo Decreto nº 8.528 de 7 de julho de 1933, quando se desmembrou de Riachão do Jacuípe o município de Coité tornou-se autônomo, mas só a partir de 1º de março de 1966 teve a sua própria comarca.
Na condição de Arraial, Conceição do Coité teve implantado serviços cartoriais que eram conduzidos, no século XIX, pelo escrivão Raimundo Nonato do Couto, responsável pela lavratura de diversas escrituras de alforrias de negros libertos.
Possui uma área de 1.086,224 km², estando localizada na zona fisiográfica do nordeste, ao leste da Bahia, na microrregião de Serrinha. A sede do município esta a 380m acima do nível do mar. O município de Coité limita-se em Serrinha (ao sul), Retirolândia (ao norte), Araci (ao leste). Riachão do Jacuípe (ao oeste), Ichu (ao sudeste), e Santaluz (a noroeste).
A maior parte do terreno coiteense é plano, por isso, podemos dizer que seu relevo predominante é planície, sendo seu ponto mais alto o do Morro do Mocambo com 100 m de altura.
Município gerido pelo 29º prefeito
O primeiro prefeito de Conceição do Coité foi Vespasiano da Silva Pinto, era chamado “intendente” nomeado pelo Governo do Estado. Ele era do Partido Republicano (PR). De acordo com a história, governou o município entre janeiro de 1931 e janeiro de 1933, ou seja, antes mesmo de se emancipar.
De 3 de janeiro de 1933 a 6 de fevereiro do mesmo ano, por 33 dias, o então presidente da Câmara, Durval da Silva Pinto (PR) assumiu interinamente. Ele repetiu o feito de 1º de janeiro de 1955 a 7 de abril do mesmo ano, quase 100 dias.
Intendente Leopoldino Ramos Gordiano, do Partido Republicano Baiano (PRB) foi o segundo gestor e o que estava no poder quando foi emancipado. Ele foi nomeado pelo Governo da Bahia, tendo iniciado o mandato em 7 de janeiro de 1933 (ano da emancipação) até 12 de abril de 1935.
Tivemos na sequência ainda os intendentes:
3º João Paulo Fragoso [ 13 de abril de 1935 – 30 de abril de 1938]
4º Tiburtino Ferreira da Silva [30 de abril de 1938 – 18 de junho de 1940]
5º Luís Amâncio Moreira [ 18 de junho de 1940 – 23 de abril de 1944]
6º Duvaltércio Silva Pinto [ 23 de abril de 1944 – 31 de junho de 1945]
7º Sófocles Torres Câmara [ 1° de agosto de 1945 – 31 de dezembro de 1945]
8º Duvaltércio Silva Pinto voltou ao comando e ficou entre 1º de janeiro de 1946 a 31 de julho do mesmo ano, apenas 7 meses.
9º Eustórgio Pinto Resedá foi o último intendente, ele governou de 1º de agosto de 1946 a 15 de março de 1948.
O primeiro prefeito coiteense eleito nas urnas foi Theócrito Calixto da Cunha, o 10º da história. Ele, diferente dos demais pertencia ao PSD (Partido Social Democrático) e governou entre 16 de março de 1948 a 1º de fevereiro de 1951. Ele voltou ao comando do município em 7 de abril de 1955 a 7 de abril de 1959 (12º prefeito).
11º Wercelêncio Calixto da Mota (PSD) foi eleito pelo voto e assumiu a gestão em 1º de fevereiro de 1951 a 31 dezembro de 1954.
13º Emídio Ramos [ 7 de abril de 1959 – 7 de abril de 1963]
14º Antônio Ferreira de Oliveira [ 7 de abril de 1963 – 7 de abril de 1967]
15º Theógnes Antônio Calixto [ 7 de abril de 1967 – 28 de novembro de 1970]
16º Antônio Nunes Gordiano Filho era vice-prefeito de Theógnes que faleceu no exercicio do cargo. Nunes assumiu tendo ficado no cargo entre 29 de novembro de 1970 e 30 de janeiro de 1971.
17º Manoel Antônio Pinheiro [31 de janeiro de 1971 a 30 de janeiro de 1973]
18º Hamilton Rios de Araújo iniciava uma grande trajetória, elegendo-se duas vezes, seu sobrinho Vertinho três vezes, seu filho Tom uma vez. Ele faleceu antes de ver mais um filho eleito prefeito, ou seja, Marcelo Araújo.
Hamilton Rios cumpriu o primeiro mandato de 31 de janeiro de 1973 a 30 de janeiro 1977.
19º Walter Ramos Guimarães apoiado por ele governou de 31 de janeiro de 1977 a 31 de outubro de 1980.
Evódio Ducas Resedá era vice de Walter e teve a oportunidade de governar por alguns meses, entre 31 de outubro de 1980 a 30 de abril de 1981.Guimaraes voltou para o segundo mandato entre 30 de abril de 1981 a 30 de janeiro de 1983.
Hamilton Rios foi o 20º prefeito, ele ganhou a segunda eleição em 1982, assumiu em 31 de janeiro de 1983 até 20 de março de 1985, durante este mandato ele se afastou e seu vice Emério Resedá assumiu interinamente tendo governado por 4 meses. 20/03/85 a 20/07/85.
HR concluiu o mandato em 31 de dezembro de 1988, tendo elegido seu sobrinho Éwerton Rios (Vertinho) 21º gestor.
Vertinho assumiu em 1º de janeiro de 1989 e ficou até 31 de dezembro de 1992, mesmo ano que Hamilton Rios conhecia sua primeira derrota. Ele tentava o terceiro mandato quando perdeu para Diovando Carneiro (Vando).
Diovando o 22º gestor, coincidentemente tinha seu número 22 para ser votado e derrotou HR na ocasião que se uniu a Misael Ferreira nome forte do grupo dos azuis e Vando remanescente dos vermelhos, uniram forças e derrotaram o maior lider dos vermelhos.
Diovando assimiu em 1º de janeiro de 1993 e ficou até 7 de outubro de 1996 quando faleceu no exercicio do cargo. Misael assimiu de 8 de outubro a 31 de dezembro 1996.
Vertinho foi com tudo para ‘vingar’ a derrota do seu ‘tio Mito’ e venceu o pleito em 1996, assumiu de 1º de janeiro de 1997 a 31 de dezembro de 2000. Era o 24º gestor.
Antes de concluir o segundo mandato, elegeu seu primo, filho de HR, Tom Araújo, que tinha apenas 24 anos (25º prefeito). O jovem governou de 2001 a 2004 e devolveu a Vertinho que se elegeu em 2004, assumiu em 2005 e ficou até 2008, antes de sair ajudou eleger Renato Souza que era seu vice, para o cargo de prefeito e 26º gestor de 2009 a 2012.
O grupo dos vermelhos que tinha grande hegemonia de 1972 a 1992 (20 anos) voltou a poder e infilerou novamente aliados tendo retomado com Vertinho em 1996, Tom 2000, Vertinho 2004, Renato 2008, perdeu o poder em 2012 para o PT, tendo como candidato Francisco de Assis, que tinha sido derrotado por Souza em 2008.
Assis venceu 2012 (27º gestor), assumiu em janeiro de 2013 a dezembro de 2016, foi reeleito (28º gestor) e assumiu de 2017 a 2020 quando indicou sucessor e não obteve êxito. Quem venceu foi um candidato oriundo do grupo Hamilton Rios, Marcelo Araújo, (29º gestor) que assumiu em 2021 e vai até dezembro de 2024.
Em toda história da política coiteense jamais teve uma mulher no poder, a primeira a chegar ao cargo de vice-prefeita foi Genivalda Pinto (PSD), popularmente conhecida por Val, esposa de Alex da Piatã deputado estadual. Ela foi vice de Assis no periodo de janeiro de 2017 a dezembro de 2020, era nome forte para concorrer a sucessão do petista, mas não recebeu seu apoio e permitiu que o grupo que tanto queria fora do poder retornasse.
Val está em pré-campanha para disputar o cargo de prefeita no ano que vem e conta com lideranças do PT para ir em busca da vitória inédita na história de Coité. Em 1988 uma mulher concorreu, Tania Cirino, ela subistituiu a candidatura do seu esposo Dr. Iêdo que faleceu tragicamente. A disputa com Vertinho foi voto a voto, pois, Doutor Iêdo era tido como favorito para vencer o pleito naquele ano e a oposição votou fortemente em Tânia.
*Matéria atualizada às 11h25 para corrigir erros de digitação e acrescentar outras informações
Assista ao vídeo com artistas coiteenses cantando o Hino do Município.
Do Portal Calila Notícias
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