Foto: Reprodução / G1
O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que o Mercosul deve "fechar o acordo com a União Europeia em três ou quatro semanas". O acordo vem sendo negociado há mais de 20 anos.
Guedes falou a jornalistas na Casa Rosada, sede do governo argentino, nesta quinta-feira (6).
O tratado que vem sendo negociado tem por objetivo abrir mercados entre os dois blocos. Países do Mercosul almejam vender carne bovina, frango e açúcar. Já os europeus pretendem vender mais produtos industriais ao bloco sul-americano.
Logo após a eleição do presidente Jair Bolsonaro, Guedes afirmou que o Mercosul não era prioridade do novo governo, em uma resposta ríspida a uma repórter do jornal argentino Clarín. "O Mercosul não é prioridade. Mercosul não é prioridade, está certo? É isso que você queria ouvir?", disse à época.
Em janeiro, já no cargo de ministro, Guedes tentou amenizar o mal-estar causado com autoridades argentinas. Afirmou que o bloco econômico é importante e que o governo brasileiro não pretende tratar o Mercosul como algo sem relevância. Além de Brasil e Argentina, fazem parte do Mercosul Paraguai e Uruguai.
Guedes acompanha nesta quinta a comitiva do presidente Bolsonaro à Argentina. Em declaração conjunta dos presidentes Mauricio Macri e Jair Bolsonaro, o argentino afirmou que o bloco precisa se modernizar após 30 anos de existência.
Macri disse que foi discutido um intercâmbio energético, e reafirmou que o Mercosul está muito perto de um acordo com a União Europeia. Os termos devem ser fechados em uma reunião técnica em Bruxelas.
O argentino mencionou ainda a Venezuela, dizendo que ambos conversaram sobre o "duro momento que estão vivendo os venezuelanos. Faremos todo o possível para reestabelecer a democracia lá", afirmou.
Já Bolsonaro disse que se conversou sobre duas hidrelétricas que devem ser construídas na fronteira do Rio Grande do Sul com a Argentina.
Bolsonaro falou ainda sobre as eleições presidenciais argentinas, que ocorrem em outubro deste ano. O brasileiro conclamou "todos os argentinos a votar com a razão e não com a emoção".
Macri tenta a reeleição com a economia do país em dificuldades e popularidade em baixa, ao redor de 30%. A inflação acumulada está em 55% nos últimos 12 meses e a perspectiva é de PIB negativo neste ano, além do aumento da pobreza.
Além disso, Cristina Kirschner surpreendeu ao anunciar que deve ser vice, e não líder da chapa na disputa a presidência contra Macri. Isso enfraqueceu candidatos de terceira via e aumentou a chance de vitória de kirschneristas na disputa, segundo as primeiras pesquisas realizadas.
Do Portal Bahia Notícias/por Folhapress
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