O ex-gerente-executivo da Petrobras Pedro Barusco disse em depoimento à CPI criada na Câmara para investigar o esquema de corrupção na estatal que existia uma reserva destinada ao PT no valor que recebia de propina de empreiteiras.
"Existia uma reserva para o PT receber. Não sei como o Vaccari recebeu", afirmou Barusco, mencionando João Vaccari Neto, tesoureiro do PT, e afirmando não saber para quem no partido a verba era repassada.
Barusco estima que o PT tenha recebido de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões. Questionado se seria o "pai" da propina na Petrobras, o ex-gerente riu e negou.
No depoimento que presta desde o final da manhã desta terça-feira, 10, Barusco também afirmou que as empresas já apresentaram preços altos no primeiro momento. "Sentimos a ação forte de cartel", afirmou. "Na minha avaliação não houve superfaturamento no Comperj. O que teve foi preço elevado".
Contudo, Barusco isentou a diretoria executiva da estatal de ter conhecimento do esquema de corrupção "institucionalizada" que começou a funcionar em 2004.
Questionado pelo deputado Carlos Sampaio, líder do PSDB, se o presidente da Petrobras à época, José Eduardo Dutra, e os demais diretores tinham conhecimento da distribuição de propina, o delator afirmou que "era impossível o presidente saber se tinha ou não esquema em todos os contratos".
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Com imagens
O depoimento do ex-gerente está sendo acompanhado por profissionais de imagem (fotógrafos e cinegrafistas). O vice-presidente da comissão, Antonio Imbassahy (PSDB-BA), convenceu Barusco e sua advogada, Beatriz Catta Preta, a voltarem atrás na decisão inicial que era manter a sessão fechada para o acompanhamento desses profissionais.
Por Daniel Carvalho, Daiene Cardoso e Pedro Venceslau | Estadão Conteúdo
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