Os meses de junho e de julho serão bem interessantes, mas nem tanto pela bola rolando nos gramados e sim por conta de fenômenos astronômicos importantes. Neste sábado, dia 21 de junho, por exemplo, acontecerá o solstício, que marcará o início do inverno em boa parte do Brasil e em todo o hemisfério Sul. Consequentemente, o começo do verão no hemisfério Norte.
Segundo Jair Barroso, astrônomo do Observatório Nacional e colaborador da Comissão Organizadora da Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica (OBA), o solstício de junho é definido pela posição do Sol mais ao norte no céu durante o ano, o que, para boa parte do nosso país significará noites mais longas. Já no outro hemisfério do planeta, como, por exemplo, na Europa, os dias serão de maior incidência solar e, naturalmente, mais quentes, além de noites mais curtas.
Mas, esse período, revela outros fatos importantes para a astronomia. Em julho, haverá eventos visualmente chamativos e de fácil observação. No dia 5, por volta das 22h (hora de Brasília), a Lua “passará” por Marte a uma pequena distância angular, no lado oeste (poente). “Essa aproximação poderá ser vista, no entanto, já a partir do escurecer, com ambos os astros mais altos no céu. Quem tiver oportunidade poderá acompanhar o movimento de aproximação da Lua em relação ao planeta vermelho com o passar das horas”, explica Jair Barroso.
O astrônomo ainda lembra que, durante a oposição ocorrida em abril desse ano, Marte “rivalizou” com Sirius, a estrela mais brilhante do céu, depois do Sol. “Agora, ele já está bem mais longe da Terra e seu brilho aparente diminuiu. Mesmo assim, ainda é bem destacado”, relata. Logo em seguida, em 7 de julho, por volta das 23h (hora de Brasília), será a vez de Saturno receber a “visita” da Lua. Como no evento anterior, a observação poderá começar bem antes. As pessoas vão poder estudar astronomia na prática acompanhando os movimentos simultâneos dos astros.
“O primeiro devido à rotação da Terra (“fazendo” os astros irem para oeste). E, o segundo se refere ao movimento de translação da Lua em volta do nosso planeta. Isso vai resultar no seu deslocamento para leste, passando pelos outros astros na faixa de sua trajetória no zodíaco”, conclui. O professor João Batista Garcia Canalle, coordenador da OBA, lembra aos espectadores que Marte terá um tom avermelhado no céu noturno. Já Saturno vai aparentar uma cor amarelada.
Ainda sobre Saturno, Canalle diz que ele é um planeta interessante para ser observado com o uso de telescópio, por causa dos famosos anéis: “Aconselhamos às escolas participantes da OBA que usem o Galileoscópio para admirar esse instigante astro. É uma forma de incentivar os jovens a se aproximarem da astronomia”, defende.
Do Portal Jornal da Chapada
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