Na avaliação do cientista político David Fleischer, da Universidade de Brasília, Campos deve ser o candidato presidencial do PSB mesmo com a chegada de Marina ao partido.
Ele avalia que a aliança entre a ex-senadora e o governador pernambucano pode ser "interessante" para muitos eleitores e forte o bastante para levar a corrida presidencial para um segundo turno.
ANTIGOS ALIADOS
A aliança entre Marina e Campos também coloca lado a lado na eleição do ano que vem duas figuras políticas com histórico de ligação com o PT.
Marina foi senadora pelo partido e ministra do Meio Ambiente no governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Campos também foi ministro de Lula e o PSB apoiou o PT em cinco das seis eleições presidenciais disputadas desde a redemocratização do país. Somente em 2002 os socialistas não apoiaram o PT no primeiro turno, mas se juntaram aos petistas no segundo.
Após a rejeição da Rede pelo TSE, Marina vinha sendo assediada por outros partidos, que lhe ofereceram legenda para que disputasse a eleição presidencial do ano que vem. Entre eles o recém-criado PEN, o PPS e o PTB, que buscavam atrair o capital político da ex-senadora. Marina, que disputou a eleição presidencial em 2010 pelo PV, obteve quase 20 milhões.
Ela, no entanto, surpreendeu e fez a opção pelo PSB, sigla que tem Campos como provável candidato ao Palácio do Planalto, mas que também é melhor estruturada do que legendas menores que fizeram convites à ex-senadora.
Marina decidiu tentar a criação de uma nova legenda após a eleição de 2010, com o discurso de criar uma "nova política" e quebrar a polarização entre PT e PSDB, que domina o cenário político desde 1994.
A chegada dela em uma outra legenda que não a Rede pode, na avaliação de analistas, gerar algum desgaste à ex-senadora, já que esse movimento pode ser interpretado como contraditório ao discurso que levou à tentativa de fundar a Rede.
(Reportagem adicional de Brian Winter, em São Paulo e Anthony Boadle, em Brasília)
Reuters Brasil
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