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terça-feira, 17 de setembro de 2013

Ministra diz que exumar os restos mortais de Jango “também é exumar a ditadura”

“Exumar João Goulart é também exumar a ditadura e saber as perversidades que ela fez”, disse nesta terça (17) a ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário, ao participar da abertura da primeira reunião técnica com a equipe de peritos responsável pelo procedimento. Integram o grupo profissionais brasileiros, argentinos e uruguaios, além de um cubano, conforme pedido da família do ex-presidente. 
A exumação faz parte de uma investigação para esclarecer se a morte de João Goulart, conhecido popularmente como Jango, foi em decorrência de ataque cardíaco, como divulgado à época pelas autoridades do regime militar. A família suspeita que ele tenha sido assassinado. Os peritos internacionais e integrantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha auxiliarão nos trabalhos com experiência adquirida em processos semelhantes ocorridos em países vizinhos, como as exumações dos restos mortais do ex-presidente chileno Salvador Allende e do poeta Pablo Neruda.
No encontro desta terça, que ocorreu a porta fechadas, não foi definida a data em que será feita a exumação. A expectativa é que ocorra até o fim do ano. No dia 16 de outubro haverá nova reunião, na sede da Polícia Federal, em Brasília, para definir um protocolo único de ação dos peritos. Durante a abertura do evento, Maria do Rosário destacou que a exumação integra processo de pesquisa histórica sobre a Operação Condor, montada pelas ditaduras do Brasil, Argentina e Uruguai para perseguir opositores. Maria do Rosário enfatizou que João Goulart foi o único presidente brasileiro a morrer no exílio, tendo sido perseguido durante todo o período em que esteve fora do país pela ditadura militar. Ela garantiu que, após serem periciados, na capital federal, os restos mortais retornarão ao município gaúcho de São Borja.
João Goulart presidiu o Brasil de 7 de setembro de 1961 a 1º de abril de 1964, quando foi deposto em um golpe militar. Ele morreu no exílio em 6 de setembro de 1976, em Mercedes, cidade do Norte da Argentina. As investigações conduzidas pela Comissão Nacional da Verdade (CNV) apontam que o ex-presidente foi mais uma vítima da Operação Condor. Em 2007, os parentes entraram com um pedido para que o Ministério Público Federal no Rio Grande do Sul abrisse investigação sobre o assunto. Em 2011, o pedido foi estendido à Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos da SDH e este ano à CNV, que vai coordenar o processo. Com informações da Agência Brasil.
Do Portal Jornal da Chapada/FOTO: Jornal da Chapada

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