Por Raul Monteiro*
A análise tem avançado entre partidos da base do governador Jaques Wagner (PT) desde a divulgação da pesquisa CNI/Ibope que mostrou queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT) e na avaliação da administração estadual: caso o quadro não melhore até o fim do ano, dificilmente Wagner terá condições de impor seu candidato à sucessão estadual do ano que vem, principalmente se ele for do PT, ao conjunto dos partidos que lhe dão apoio.
O primeiro partido da base a demonstrar seu descontentamento com as articulações com vistas à composição da chapa foi o PP, do deputado federal Mário Negromonte, no mês passado, que deixou escapar a informação de que o partido discutia com carinho a candidatura presidencial do senador Aécio Neves (PSDB-MG), no que foi interpretado, pela articulação política do governo, como uma tentativa de chantagem para conseguir posição melhor na disputa de 2014.
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O PTB do ex-deputado Benito Gama é outra legenda que, apesar de não tratar do tema oficialmente, em conversas informais em Brasília admite que a situação do governo estadual não é mais a mesma e que o candidato escolhido para liderar a coalização governista em 2014 pode ser tudo, menos “um peso morto”, como antecipa um quadro do partido ao site Política Livre. Neste cenário, não é difícil imaginar que outras legendas da base pensem da mesma forma.
Em comum, eles têm uma conclusão: tudo seria diferente se Wagner fosse o candidato. Como não é, porque já se reelegeu, não pode impor uma candidatura, mas precisa costurar a apresentação de um nome que, fundamentalmente, seja competitivo. “Com 28% de aceitação, Wagner não tem mais força para apresentar um candidato ao governo ao grupo de partidos aliados. Ele precisa compor, costurar uma alternativa”, diz um membro de outro partido da base, o PDT.
Ele faz outra análise importante. Diz que, como tudo mudou depois das manifestações de junho, agora não é mais a presidente que vai alavancar as candidaturas ao governo, mas os candidatos a governador que precisarão ajudá-la na reeleição. “Num cenário como esse, botar um candidato qualquer, sem força, não leva a nada”, complementa. Segundo ele, o pior é que até agora a ficha não caiu para Wagner. “Ele só fala num nome do PT (para o governo)”, completa.
Extraído do portal Jornal da Chapada/FOTO: Reprodução/Jornal da Chapada
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