Nesta segunda-feira (31), a ONU fecha a conta do mundo em 7 bilhões de habitantes. E abre outra logo em seguida, estimando que vêm mais 8 bilhões por aí até 2100.
Só depois seria possível passar a régua e dizer que a população se estabilizou. O holandês Ralph Hakkert é demógrafo do Fundo de População das Nações Unidas. Pelo que tem observado de seus voos pelo planeta, é mais otimista: por volta de 2050 a coisa se acomoda em torno dos 9 bilhões.
Não só porque as mulheres terão mais acesso aos métodos contraceptivos, mas porque a África passará por um processo muito acentuado de urbanização, o que deve desencorajar a fecundidade do continente mais animado a se multiplicar.
É da África que ele conversa com o Aliás. Hakkert estava em Nairóbi, capital do Quênia, para dar um workshop sobre métodos de estimativa demográfica. O país já foi considerado o de mais alta fecundidade no mundo, com uma média de 8,11 filhos por mulher.
Hoje está na casa dos 4,62, um número ainda disparatado, especialmente quando se leva em conta que metade da população mora em países onde a fecundidade se encontra abaixo do nível de reprodução, com 1,8 filhos.
"O Brasil está nessa faixa, ou seja, as pessoas têm menos filhos do que precisariam para repor as gerações", explica. Mas pergunta: "Até que ponto o Estado pode interferir na vida privada da população para conseguir um ou outro comportamento reprodutivo?" Da sua, ele já sabe: quer unir de novo a família, separada pelo trabalho.
Em Brasília moram sua mulher e o filho mais velho. Em Nova York, ele divide um apartamento com o mais novo. Em 2013 esse demógrafo de 59 anos que foi pesquisador do Núcleo de Estudos da População (Nepo), da Unicamp, e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) quer se aposentar.
E morar no Brasil, que, segundo suas previsões, em duas décadas será um dos polos de atração do intenso processo migratório mundial. Fonte: Estadão.
Informações Portal Interior da Bahia
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