Neste sábado (29), o povo de Ichu, na região sisaleira da Bahia, relembrou com alegria e saudade os 44 anos da visita de Luiz Gonzaga à cidade, que ocorreu em 29 de outubro de 1967.
Os ichuenses relembram com saudades a visita e apresentação de Luiz Gonzaga naquele ano de 1967, que proporcionou alegrias por onde passou com sua humildade, simplicidade e músicas de qualidade.
Naquele ano, a pequena cidade de Ichu, com apenas 5 anos de emancipada politicamente, já tinha a honra de receber o Rei do Baião e criador do forró puro e autêntico. Gonzaga também se apresentou em Riachão do Jacuipe, no Clube Euterpe.
Muitas pessoas de Ichu e Riachão ainda guardam lembranças da ilustre visita. Com a sua simplicidade, o Rei do Baião distribuiu vários exemplares, autografados, do livro “O Sanfoneiro do Riacho do Brígida”, que narra a sua infância em Exu (PE) e a fuga para o Exército, em Fortaleza (CE).
Em Ichu, seu Antônio de Roque, homem simples e de bom humor, é uma das pessoas que sempre conta histórias e guardam ainda na lembrança esses momentos inesquecíveis que estarão sempre presentes na memória daqueles "anos dourados da música".
História da apresentação em Ichu
Segundo informações do Sr. Antônio de Roque, Luiz Gonzaga veio se apresentar em um circo chamado Palácio do Riso, tendo como proprietário um senhor conhecido como Supapo. Esse circo trouxe muita animação para o público cantando e tocando lindas canções, que são até hoje imortalizadas na memória dos brasileiros, principalmente dos nordestinos.
O circo, muito famoso, trouxe apresentações importantes como o Mágico Lone, a dupla de trapezistas Zezito Lucena e Eva Lúcia, e o palhaço Tampinha. Além disso, havia as atrações musicais, tudo sem as malícias de hoje e com a presença de um grande público.
Seu Antônio aproveita para narrar ainda de um caso bem engraçado que aconteceu. "A iluminação da cidade ainda era a motor de óleo diesel e eu era o responsável para ‘abastecer’ o motor, mas o interessante é que fiquei tão empolgado com a vinda do Rei do Baião que acabei esquecendo de colocar a reserva de óleo na máquina, deixando Gonzaga no escuro. Mas, felizmente, me dei conta do problema a tempo e tudo voltou ao normal", conta Seu Antônio, às gargalhadas.
O senhor Irineu do Barro Vermelho também conta essa história com detalhes: "Era a Festa da Consagração do Município ao Sagrado Coração de Jesus e desde cedo que o Serviço de Alto Falante já tocava a música Asa Branca, avisando que Gonzaga vinha para Ichu e, ao mesmo tempo, o locutor convidava o povo para ir para o Show. O interessante é que quando se ouviu a linda música Asa Branca no Serviço de Alto Falante através dos discos de vinil, todo mundo dizia: "Olha Luiz Gonzaga já chegou, já chegou, vamos lá para ver que ele já está cantando".
Passagem por Casa Nova
Sobre o assunto, uma moradora do povoado de Casa Nova, a 6 quilômetros da sede de Ichu, revelou o seguinte: "Gonzaga era muito humilde e com grande diferença da maioria dos cantores famosos de hoje: não tinha orgulho.
A moradora ainda acrescenta: “Ainda me lembro que ele passou lá por Casa Nova dirigindo seu carro e me perguntando com toda educação onde era a estrada que ia para Ichu. Ele mesmo vinha dirigindo, trazia sua grande sanfona branca no banco do carro, também mostrando sua simplicidade, mesmo com sua fama que tinha em todo o Brasil".
Nesta oportunidade, sendo festa de Consagração do Município, a comunidade ichuense não poderia ter melhor presente artístico como a presença do Rei do Baião, Luiz Gonzaga. Gonzagão realizou um grande show no palco do circo e até hoje muitos ichuenses que estiveram na apresentação relembram com saudade.
Temos a certeza que Gonzagão nas nossas lembranças permanece dando show de alegria com suas músicas que serão relembradas nas noites de São João em todo o Brasil.
Da redação do Interior da Bahia, com informações de Iradilson Lúcio
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