O setor de
transportes tem papel fundamental na economia brasileira. Em uma base
comparativa, em conjunto com armazenagem e correio, movimentou R$ 256 bilhões,
crescendo 2,2% no último ano, segundo dados do Boletim Economia em Foco
divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) -- o aumento
percentual é o dobro do PIB (Plano Interno Bruto).
Dentro deste cenário, o
transporte rodoviário é o mais utilizado do país e considerado ideal para
distâncias que variam de curtas a médias para transportar diferentes tipos de
mercadorias, em locais onde outros meios de transportes não chegam. No entanto,
há um fator preocupante a ser considerado: a segurança.
Em dez anos, a
quantidade de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho
aumentou quase seis vezes (de 2.798 em 2007 para 18.706 em 2016), sendo que os
caminhoneiros são os que mais morrem em serviço, na comparação entre todos os
modais. Ou seja, existem desafios com as questões dos custos com gestão de
frotas em razão dos acidentes e das cargas que não chegam aos seus destinos,
mas o ponto principal é a preservação de vidas.
São inúmeras as
condutas diárias em vias e rodovias que trazem riscos a todos os envolvidos no
trânsito. Desde ultrapassagens pela faixa contínua, passando pelo farol apagado
e o excesso de velocidade, sempre há uma infração que vai além da multa. E
sempre há uma atitude que pode machucar ou tirar vidas no trânsito.
Neste
sentido, no transporte de cargas é preciso enxergar e investir no componente
central de todo esse processo: o condutor. E por quê? Quanto mais preparado e
consciente sobre suas atitudes no trânsito, menos impactos negativos
acontecerão no percurso. A partir de treinamentos para a frota de motoristas,
eles estarão mais conscientes do seu papel e conseguirão proporcionar mais
segurança a todos os envolvidos com o trânsito, melhorando não só a mobilidade,
como também o orçamento das empresas.
Tecnologias
potencializam eficiência e segurança
Treinar e capacitar é
um desafio enorme, capaz de mudar a sociedade de uma maneira muito
significativa. Assim, a tecnologia surge como forte aliada aos treinamentos,
sendo que alternativas como aulas dinâmicas e conteúdos práticos, além da
simulação por meio da realidade virtual, podem fazer a diferença na capacitação
e no aprimoramento técnico e operacional.
E como isso se
aplicaria? Na prática, com recursos que favoreçam a experiência para o
colaborador e gestor. Por estarmos em plena era digital, oportunidades de
aprendizado e de negócios se abrem com cursos online e até mesmo offline
(aqueles explorados mesmo por pessoas que não têm conexão com a internet), com
plataformas que contenham visuais simples e facilitem o acesso para quem tem
pouca familiaridade com ambientes digitais. Para o motorista, a vantagem é a de
adquirir e aprimorar conhecimentos. Do lado dos gestores, os recursos
facilitariam o gerenciamento e monitoramento do desempenho das equipes.
Além disso, os
simuladores educacionais de alta imersão para avaliações práticas de comportamento
na condução de veículos também surgem como alternativa, pois são capazes de
reproduzir diferentes tipos de frotas. Eles proporcionam experiência de
aprendizagem imersiva por meio da simulação, com telas ou realidade virtual,
onde o colaborador pratica, aprende e recicla conhecimentos em um ambiente
controlado e seguro, com diversas opções de cenários e ambientes,
possibilitando criar situações reais para o aprendizado dos colaboradores.
Simulando condições adversas, por exemplo, eles estarão mais preparados para
dirigir de maneira segura nas vias. De quebra, os equipamentos ajudam os
gestores a reduzirem custos operacionais com combustível, riscos de acidentes e
deslocamento de equipe.
Com mais consciência e preparo é possível que tenhamos profissionais
capazes de fazer do trânsito um lugar mais seguro, resultando em menos
acidentes e mortes (e os custos com indenizações), mais eficiência nos prazos
de entrega, controle do mau uso dos veículos (gastos com manutenção ou
combustível) e melhor fluidez. Consequentemente, haveria uma melhora que pode
impactar a mobilidade e gerar mais economia às empresas.
*Por Claudia de Moraes
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