quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Artigo: Frotas - Como a tecnologia contribui com a economia das empresas e a transformação da mobilidade


O setor de transportes tem papel fundamental na economia brasileira. Em uma base comparativa, em conjunto com armazenagem e correio, movimentou R$ 256 bilhões, crescendo 2,2% no último ano, segundo dados do Boletim Economia em Foco divulgado pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) -- o aumento percentual é o dobro do PIB (Plano Interno Bruto). 
Dentro deste cenário, o transporte rodoviário é o mais utilizado do país e considerado ideal para distâncias que variam de curtas a médias para transportar diferentes tipos de mercadorias, em locais onde outros meios de transportes não chegam. No entanto, há um fator preocupante a ser considerado: a segurança. 
Em dez anos, a quantidade de notificações de acidentes de transporte relacionados ao trabalho aumentou quase seis vezes (de 2.798 em 2007 para 18.706 em 2016), sendo que os caminhoneiros são os que mais morrem em serviço, na comparação entre todos os modais. Ou seja, existem desafios com as questões dos custos com gestão de frotas em razão dos acidentes e das cargas que não chegam aos seus destinos, mas o ponto principal é a preservação de vidas.
São inúmeras as condutas diárias em vias e rodovias que trazem riscos a todos os envolvidos no trânsito. Desde ultrapassagens pela faixa contínua, passando pelo farol apagado e o excesso de velocidade, sempre há uma infração que vai além da multa. E sempre há uma atitude que pode machucar ou tirar vidas no trânsito. 
Neste sentido, no transporte de cargas é preciso enxergar e investir no componente central de todo esse processo: o condutor. E por quê? Quanto mais preparado e consciente sobre suas atitudes no trânsito, menos impactos negativos acontecerão no percurso. A partir de treinamentos para a frota de motoristas, eles estarão mais conscientes do seu papel e conseguirão proporcionar mais segurança a todos os envolvidos com o trânsito, melhorando não só a mobilidade, como também o orçamento das empresas.
Tecnologias potencializam eficiência e segurança
Treinar e capacitar é um desafio enorme, capaz de mudar a sociedade de uma maneira muito significativa. Assim, a tecnologia surge como forte aliada aos treinamentos, sendo que alternativas como aulas dinâmicas e conteúdos práticos, além da simulação por meio da realidade virtual, podem fazer a diferença na capacitação e no aprimoramento técnico e operacional.
E como isso se aplicaria? Na prática, com recursos que favoreçam a experiência para o colaborador e gestor. Por estarmos em plena era digital, oportunidades de aprendizado e de negócios se abrem com cursos online e até mesmo offline (aqueles explorados mesmo por pessoas que não têm conexão com a internet), com plataformas que contenham visuais simples e facilitem o acesso para quem tem pouca familiaridade com ambientes digitais. Para o motorista, a vantagem é a de adquirir e aprimorar conhecimentos. Do lado dos gestores, os recursos facilitariam o gerenciamento e monitoramento do desempenho das equipes.
Além disso, os simuladores educacionais de alta imersão para avaliações práticas de comportamento na condução de veículos também surgem como alternativa, pois são capazes de reproduzir diferentes tipos de frotas. Eles proporcionam experiência de aprendizagem imersiva por meio da simulação, com telas ou realidade virtual, onde o colaborador pratica, aprende e recicla conhecimentos em um ambiente controlado e seguro, com diversas opções de cenários e ambientes, possibilitando criar situações reais para o aprendizado dos colaboradores. 
Simulando condições adversas, por exemplo, eles estarão mais preparados para dirigir de maneira segura nas vias. De quebra, os equipamentos ajudam os gestores a reduzirem custos operacionais com combustível, riscos de acidentes e deslocamento de equipe.
Com mais consciência e preparo é possível que tenhamos profissionais capazes de fazer do trânsito um lugar mais seguro, resultando em menos acidentes e mortes (e os custos com indenizações), mais eficiência nos prazos de entrega, controle do mau uso dos veículos (gastos com manutenção ou combustível) e melhor fluidez. Consequentemente, haveria uma melhora que pode impactar a mobilidade e gerar mais economia às empresas.

*Por Claudia de Moraes

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