Três anos após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o também ex-presidente Michel Temer (MDB) assumiu pela primeira vez a narrativa de que houve um golpe de estado contra a petista. Em entrevista ao programa Roda Viva, exibido pela TV Cultura, na noite dessa segunda-feira (16), Temer lembrou que era chamado de golpista, mas negou que tenha compactuado com o plano.
“Eu jamais apoiei ou fiz empenho pelo golpe. Aliás, muito recentemente, o jornal Folha detectou um telefonema que o ex-presidente Lula me deu, onde ele pleiteava e depois esteve comigo para trazer o PMDB para impedir o impedimento. E eu tentei”, lembra. “Até o último momento, esse telefonema do ex-presidente Lula revela que eu não era adepto do golpe”.
O emedebista se refere a uma reportagem publicada pela Folha de S. Paulo, em parceria com o site The Intercept Brasil. Com base em conversas vazadas do telefone do procurador da República Deltan Dallagnol, os jornalistas encontraram registros de diversas ligações de Lula, interceptadas pela Polícia Federal (PF).
Além do famoso diálogo com Dilma em que ela cita o termo de posse como ministro da Casa Civil para que ele usasse “em caso de necessidade”, outras conversas não reveladas na época apontam que a intenção de Lula ao aceitar o cargo era impedir o avanço do processo de impeachment e não ganhar foro privilegiado.
Procurado pela reportagem, Temer confirmou a autenticidade do diálogo e agora retomou o assunto no programa. Para o emedebista, se a nomeação de Lula não fosse barrada pelo ministro Gilmar Mendes, que entendeu o ato como uma “fraude à Constituição”, o impeachment não teria acontecido. “Ele [Lula] tinha bom contato com o Congresso”, ressaltou.
Ao longo da entrevista, Temer também analisou o atual cenário político e o governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Em sua avaliação, o ponto positivo da gestão é dar sequência a tudo que ele fez, a exemplo da reforma da Previdência, que foi aprovada na Câmara.
Do Portal NS/Fonte: Bahia Notícias
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