Foto: Lula Marques / AGPT
O presidente interino Michel Temer deve cancelar o pronunciamento em cadeia nacional que faria nesta quarta-feira (31), antes de seguir em viagem para a China. Temer esperava que a cerimônia de posse fosse rápida, pois além do compromisso no exterior, pretendia se dirigir pela primeira vez como efetivo em uma gravação transmitida pela televisão e rádio, que já está sendo elaborado, mas ainda não foi gravado.
A ideia era que a gravação ocorresse somente após a confirmação do resultado do impeachment. O receio de Temer é "sentar antes do tempo na cadeira" e passar uma mensagem que contrarie o discurso do Planalto de buscar "união nacional" após o impeachment.
Um interlocutor do presidente ressaltou que, por conta da restrição de 12 horas para que seja feita a convocação de cadeia nacional de rádio e TV, o modelo da fala de Temer pode ter que ser revisto. O objetivo ainda é falar nas emissoras, mas, caso não seja possível, há a possibilidade de um pronunciamento no Planalto ou uma declaração à imprensa. Temer continua despachando no Planalto, aparentemente alheio ao julgamento do impeachment que acontece no Senado.
Apesar disso, alguns interlocutores o informam sobre o andamento dos trabalhos, e o Planalto segue operando para acelerar o julgamento. O senador Romero Jucá (PMDB-RR) tem sido a principal ponte com os senadores. Na ofensiva do governo, Temer e seus aliados seguirão o dia em conversas para tentar convencer parlamentares da base para que eles ou falem rapidamente, já que sabem que todos querem deixar registradas as suas participações nesta sessão histórica, ou que abram mão de suas falas.
O Planalto e seus interlocutores investirão ainda em outros senadores, monitorando e repassando novamente os nomes, telefonando ou chamando para cafés. Nesta segunda (29), o próprio presidente em exercício falou por telefone com diversos senadores.
Do Portal Bahia Notícias
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