O jovem Mateus Batista dos Santos Oliveira, de 20 anos, afirmou nesta segunda-feira (13), que está se sentindo injustiçado por ter sua foto divulgada em grupos de WhatsApp acompanhada de acusações de que ele teria participado do assassinato de duas pessoas encontradas carbonizadas no porta-malas de um carro incendiado às margens da BA-120, em Santaluz, na sexta-feira passada (10).
Em conversa com o Notícias de Santaluz, o jovem disse que chegou a ser conduzido para a delegacia na tarde deste domingo (12) para averiguação porque, segundo ele, estava acompanhado de outras pessoas que foram levadas pela polícia para prestar depoimento. “Eu estava no lugar errado e na hora errada. A polícia chegou e teve que levar todo mundo para averiguação, mas me liberaram logo em seguida”, conta Mateus ao revelar que os boatos alteraram a sua rotina. “Nem estou saindo de casa direito, com medo da reação que as pessoas terão ao me reconhecer, principalmente pela comoção gerada pelo caso. Inclusive também fiquei triste com a morte dos professores, como toda a sociedade também ficou. Com fé em Deus os culpados serão logo encontrados”, ressaltou.
Amiga da família de Mateus, a coordenadora do Projeto Handebol Solidário, Luciana Conceição dos Santos, a ‘Nega Lu’, disse que confia no jovem. “Conheço Mateus desde quando ele era pequeno. Hoje ele faz parte do nosso projeto e é um excelente garoto. A gente fica triste que as pessoas façam esse tipo de julgamento precipitado maculando a imagem do garoto”, afirma.
Mãe de Mateus, a empregada doméstica Marinalva Batista dos Santos, 44 anos, afirmou que lamenta que parte da sociedade julgue seu filho sem ter conhecimento sobre o caso. “Fico triste porque as pessoas não procuraram saber direito o que estava acontecendo e pegaram a foto dele no Facebook e começaram a espalhar nos grupos de Whatsapp. Quem conhece a gente sabe da índole do meu filho, que nem sequer tem antecedentes criminais. É preciso ter muito cuidado com essas coisas, pois pode colocar a vida de inocentes em risco”, desabafou.
Vale lembrar que propagar notícias falsas traz responsabilidades, inclusive no âmbito civil. Pode-se, dependendo do caso, responder por injúria, difamação ou calúnia — explica o advogado David Rechulski, especialista em crimes cometidos via internet. O tema inclusive foi motivo de apelo durante a caminhada pelo fim da violência realizada na manhã desta segunda-feira (13), em Santaluz. Durante o percurso, participantes pediram o apoio da população para evitar os boatos de crimes que ocorrem com frequência em grupos de wathsapp relacionados ao município.
Redação Notícias de Santaluz
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