Não foram animadores os primeiros resultados de testes independentes feitos com a chamada "pílula do câncer", desenvolvida por pesquisadores da USP de São Carlos. Segundo as análises, ela tem baixo grau de pureza e pouco ou nenhum efeito sobre células tumorais, com desempenho muito inferior ao de drogas anticâncer já disponíveis há décadas.
Os resultados foram divulgados pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que investiu em testes da “pílula do câncer” após pressão de pacientes que relatavam melhora após usar a droga. O entusiasmo popular com a substância fez com que a Câmara dos Deputados aprovasse projeto que libera a produção, a venda e o uso da pílula. Ainda falta o aval do Senado para a legislação. Desde os anos 1980, um grupo de pesquisadores liderado pelo químico Gilberto Chierice, hoje professor aposentado da USP, estuda a fosfoetanolamina e suas possíveis propriedades anticâncer.
Chierice afirma que ele e seus colegas descobriram como produzir a substância (conhecida como “fosfo”) com “altíssimo grau de pureza”. Alguns estudos publicados pelo grupo indicam que a fosfoetanolamina seria capaz de matar múltiplos tipos de células cancerosas. A “pílula do câncer” só teve dois resultados favoráveis nessa primeira bateria de testes.
Em ratos de laboratório que receberam doses várias vezes superiores às recomendadas para humanos, não houve efeitos tóxicos. Além disso, as bactérias que entraram em contato com a “fosfo” não tiveram o DNA alterado. Agora, os próximos testes deverão investigar o que acontece quando a droga é administrada a animais com tumores em seu organismo.
Do Portal NS/Fonte: Folha de S. Paulo
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