Como dizia Vinicius de Moraes, de repente, não mais que de repente, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) passou a ter chances reais de ganhar no tapetão da Justiça Eleitoral a eleição que ele perdeu para a presidente Dilma Rousseff na apuração da urna eletrônica.
A primeira surpresa foi a notícia de que voltou a tramitar bem a Ação de Investigação Judicial Eleitoral que o PSDB abriu no Tribunal Superior Eleitoral, pedindo que fosse apurado abuso do poder econômico e político na campanha da chapa vitoriosa encabeçada pelo PT.
O relator da ação, ministro João Otávio de Noronha, tinha decidido arquivar as investigações, mas o PSDB recorreu, ele voltou atrás e acaba de determinar que sejam ouvidos o doleiro Alberto Youssef e o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, para esclarecerem se houve uso de dinheiro do esquema de corrupção na campanha presidencial.
É da maior importância esta decisão do relator, que vai ouvir também um funcionário do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que denunciou a ocultação de dados econômicos negativos durante a campanha. A atitude do ministro João Otavio Noronha significa que ele vai aceitar que se anexem ao processo também os fatos que estão sendo investigados na Lava Jato e que signifiquem crimes eleitorais, especialmente as propinas colhidas e repassadas ao partido pelo então tesoureiro João Vaccari Neto, com destaque para o caso da Gráfica Atitude, claro.
Condenação provável
Com essa mudança no rumo da Ação Investigatória e os fatos já levantados na Lava a Jato, passa a se tornar provável a condenação da presidente Dilma Rousseff e também de seu candidato a vice, Michel Temer. E se os dois forem cassados por crime eleitoral, não haverá novas eleições, mas a posse imediata do candidato derrotado Aécio Neves, com consequências totalmente diversas do que ocorreria se houvesse um impeachment de Dilma pelo Congresso, que poderia ter como resultado a posse de Temer ou convocação de novas eleições, caso Temer também fosse impedido.
No caso de violação da Lei Eleitoral, Aécio seria beneficiado, exatamente como ocorreu há poucos anos no Maranhão, onde o candidato vitorioso Jackson Lago foi cassado e assumiu a concorrente derrotada Roseana Sarney. A novela está esquentando.
Por Carlos Newton – Tribuna da Internet
Matéria extraída do Portal Interior da Bahia
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