Com a identificação na Bahia de um novo vírus, o Zika, e o aumento de casos da doença, o infectologista Antônio Bandeira explica as diferenças com os sintomas da dengue.
Suspeitas da doença foram identificada em 20 cidades baianas. Ela tem o mesmo mosquito transmissor da dengue, o aedes aegypti, mas o contágio pode ser feito por outros, a exemplo do aedes albopictus. Febre, diarreia, dores e manchas no corpo são sintomas.
É o primeiro registro do vírus no país. Uma das distinções é que não causa hemorragia e o paciente fica curado em um tempo mais rápido, cerca de quatro dias – já o tempo médio de recuperação dos sintomas da dengue é de 10 dias.
O Zika não tem potencial de causar mortes como acontece na dengue, já que não há registro de febre hemorrágica. “Os sintomas são mais curtos, ou seja, você tem cinco a oito dias de sintomas. Muitos doentes não tem febre, o que chamou a atenção também nossa. A outra questão é as manchas no corpo, que você tem bastantes disseminadas”, informa.
Ainda não há testes disponíveis para a detecção do Zika Vírus nas unidades de saúde, alerta o infectologista. “O que conseguimos fazer foi levar as amostras para um laboratório altamente especializado, identificar isso através de uma técnica de biologia molecular, que amplifica o RNA desse vírus. Isso não é feito comercialmente. Os médicos que vão atender esses doentes conseguem dizer que não é dengue, que não é o chikungunya, se tiver disponível na unidade a sorologia, mas o Zika Vírus vai ficar como diagnóstico de exclusão”, explica. “O tratamento é hidratação, medicamentos para os sintomas, analgésicos”, aponta o médico.
Antônio Bandeira, que participou da equipe de pesquisadores baianos que identificou o Zika, fala sobre a importância de se combater o aedes aegypti como problema de saúde pública. “Inicialmente, estávamos pensando que poderia ser chikungunya. De 25 [amostras], duas foram positivas para chikungunya. Ficamos insistindo porque achávamos que era um vírus transmitido por mosquito, pelo tipo de disseminação. É importantíssimo a gente saber disso porque mostra que o aedes aegypti hoje é um grande problema de saúde pública e pode transmitir dengue, chikungunya e agora o Zika, mas existem outros ainda que podem chegar. Com essa grande mobilização de pessoas que viajam da África, da Ásia para cá para o continente americano, temos a possibilidade de cada vez mais termos outros vírus sendo introduzidos”, afirma.
Do Portal NS/G1 BA
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