O policial militar Luiz Dominghetti, que se apresentou como revendedor da vacina de Oxford/ AstraZeneca por meio da empresa Davati Medical Supply, disse à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia que o deputado federal Luis Miranda (DEM-DF) tentou negociar a aquisição de vacinas contra a Covid-19 com a empresa. Dominghetti depõe na manhã desta quinta-feira (1º), convocado após ter declarado que um funcionário do Ministério da Saúde cobrou propina para fechar o contrato do imunizante (saiba mais aqui).
Na CPI, ele falou sobre ligações que a empresa teria recebido de pessoas do governo interessadas em fechar contrato. "Muita gente me ligava dizendo: 'eu posso isso, eu posso aquilo'. Mas eu nunca quis avançar nessa seara porque... aquele ‘eu posso isso, eu posso aquilo, eu conheço fulano’ já tinha tido um processo todo doloroso dentro do ministério. Nem eu particularmente nem a Davati queria vivenciar isso de novo. Agora eu tenho informação que parlamentar tentou negociar busca da vacina diretamente com a Davati, eu tenho essa informação", afirmou Dominguetti.
Neste momento, o senador Humberto Costa (PT-PE) questionou qual seria o nome desse político e Dominghetti confirmou se tratar do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF). Com a intervenção do senador Fabiano Contarato (Rede-ES), o depoente acrescentou mais informações. Segundo Dominghetti, o parlamentar conversava com o CEO da Davati no Brasil, Cristiano Alberto Carvalho.
"O Cristiano me relatava que volta e meia tinha parlamentares e não sei quem procurando, e um mais que o incomodava era o deputado Luis Miranda, o mais insistente com a compra e o valor de vacinas. (...) O Cristiano me enviou um áudio onde pede que seja feita uma live, o nome dele, que tinha um cliente recorrente, que comprava pouco, em menos quantidade, mas que ele conseguiria colocar essa vacina para rodar", afirmou o depoente. Em seguida, ele apresentou o áudio.
O relator, senador Renan Calheiros (MDB-AL), solicitou a apreensão do celular pela Polícia Legislativa e o vice-presidente da CPI, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que comandava a sessão no momento, anunciou que o telefone dele seria apreendido para perícia. Dominghetti afirmou estar completamente disposto a ceder quaisquer dados à CPI.
Do Portal Bahia Notícias/por Ailma Teixeira
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