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quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Após afirmar que banco não fez nada ilegal, presidente do BNDES diz que Brasil ‘legalizou’ corrupção

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
O presidente do BNDES, Gustavo Montezano | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Após garantir a inexistência de ilegalidades nas operações passadas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o presidente da instituição, Gustavo Montezano, disse que o próprio País “legalizou” o esquema de corrupção. 

“A gente (Brasil) construiu leis, normas, aparatos legais e jurídicos que tornaram legal esse esquema de corrupção. A conclusão é essa”, disse Montezano em entrevista coletiva, nesta quarta-feira, 29, para explicar os gastos com a auditoria externa contratada pelo banco para apurar eventuais irregularidades em operações de mais de R$ 20 bilhões com as empresas do Grupo J&F. 

Ao ser questionado sobre quais leis deveriam então ser alteradas para evitar a repetição do episódio, o presidente do BNDES disse que não poderia “comentar no detalhe o tema legislativo”. “Nosso Brasil viveu um dos maiores escândalos de corrupção da história, turbinado com dinheiro público. Esse dinheiro saiu dos cofres do povo brasileiro. Então é legítimo que o povo se pergunte e questione: ‘mas como não houve nada de ilegal?’. E a verdade é que a gente concluiu que não houve nada de ilegal. A conclusão é essa. E é legítimo que a população tenha essa dúvida, e é importante que o banco esclareça que não fez nada de ilegal”, disse Montezano. O presidente do BNDES foi então questionado se o problema são as leis vigentes no País. 

“O problema de temas complexos não necessariamente é o fato, é a explicação. Como você explica para uma população geral, que paga altos impostos, que não tem escola, não tem saúde, não tem segurança, que a gente emprestou R$ 20 bilhões para (quem se envolveu em) um dos maiores esquemas de corrupção da história, com o dinheiro deles (população), e não teve nada de ilegal?”, disse Montezano.

Do Portal NS/Fonte:O Estado de S.Paulo

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