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sábado, 28 de setembro de 2019

Serrinha: Familiares de mulher morta com 60 facadas protestam durante apresentação de acusado


Segurando cartazes com frases como "Feminicídio Basta" e "Eu Quero Justiça Mirian", familiares e amigos de Mirian Carvalho Praxedes, de 33 anos, morta a facadas no último domingo, 22, em Serrinha, realizaram um protesto na frente do Distrito Integrado de Segurança Pública (DISEP), na Rua Álvaro Augusto, enquanto aguardavam a chegada do acusado à unidade.

Bastante abalada, a irmã da vítima, Taise Carvalho Praxedes, chorou ao ver o suspeito pela primeira vez depois do crime e disse à reportagem do Portal Cleriston Silva - PCS que perdoou o criminoso. "Ele não mostrou arrependimento nenhum, eu percebi, mas mesmo assim eu falei com ele que perdoava ele, do fundo do meu coração. Entrego a vida dele nas mãos de Deus".



José Luís de Matos Filho, de 32 anos, entrou no DISEP escoltado por equipes das polícias Civil e Militar após ser recambiado da cidade de Simões Filho, na região metropolitana de Salvador, onde foi localizado em um bar, na tarde desta quinta-feira, 26, por equipes do Serviço de Inteligência (SI), da 15ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Serrinha) e 22ª Delegacia Territorial (DT/Simões Filho). A investigação do caso foi coordenada pelo delegado regional Mozart Cavalcante.

Uma amiga de Mirian, uma estudante de 26 anos, que pediu para não ser identificada por medo, ficou bastante alterada com a presença de José Luiz, a quem chamou de "assassino monstro", e declarou estar inconformada com a morte da amiga. "Os dias estão escuros. A metade da gente foi enterrada com Mirian. Mesmo com a prisão dele, a dor não vai embora, é um inferno esses oito dias. Só o que a gente quer é punição, cadeia", cobrou.



O portão por onde o acusado passou foi cercado por cerca de 50 pessoas, que pediram justiça pelo crime e gritaram palavras de ordem pedindo o fim da violência contra a mulher. Ele foi ouvido, confessou o crime e segue custodiado na carceragem da 15ª Coorpin aguardando decisão da Justiça.

O rapaz é suspeito de ter matado Mirian com mais de 60 facadas. Questionado pelo PCS sobre a motivação do crime, ele desconversou e disse apenas que não foi premeditado. "Não foi nada premeditado como estão falando por ai, foi um ato durante uma discussão e estávamos bebendo. Sim, estou arrependido, mas acho melhor falar na presença de um advogado", encerrou. No depoimento à polícia, no entanto, ele disse que foi tomado por uma intensa crise de ciúmes.


Uma vizinha da vítima, que também pediu anonimato, falou com o PCS e destacou que permanece bastante abalada com o ocorrido. "O sentimento é de perda, de revolta. Ele morto, preso ou vivo não vai trazer minha amiga de volta. O que fica pra gente é dor e muita, muita saudade. Ele foi frio de mais, foi um monstro terrível. Não deve voltar para sociedade nunca", disse a mulher, que estava trabalhando quando ficou sabendo da prisão do acusado, e foi para a delegacia.

Do Portal Clériston Silva

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