O Instituto Médico Legal de Belo Horizonte confirmou, na tarde
desta sexta-feira (3), que mais duas vítimas da tragédia de Brumadinho foram
identificadas por exames de DNA. Com isso, o número de mortos identificados
subiu para 235 e 35 pessoas seguem desaparecidas.
A Defesa Civil
Estadual, a Polícia Civil, o Instituto de Criminologia, a Polícia Militar e o
Corpo de Bombeiros se reuniram nesta sexta-feira para falar sobre os trabalhos
após o rompimento da barragem da Vale neste 99º dia.
A barragem 1 da Mina
Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, se rompeu no dia 25 de
janeiro deste ano.
De acordo com o médico
legista do IML Ricardo Moreira Araújo, mais de 180 segmentos de corpos
resgatados da lama ainda aguardam identificação. Ele ressaltou que esses
fragmentos podem pertencer a vítimas já identificadas.
O trabalho com exames
de DNA já fez 127 identificação de segmentos até o momento, sendo 27 de pessoas
que ainda constavam como desaparecidas e 100 de vítimas que já haviam sido
reconhecidas. Com isso, a taxa de identificação chegou a 87%.
Ainda segundo Araújo,
o trabalho é feito seguindo protocolos da Interpol e internacionais para que,
além da identificação dos corpos, seja possível a coleta de provas para a
investigação.
O médico legista
afirmou que a meta do IML é identificar todos os corpos e fragmentos resgatados
até o "limite biológico", ou seja, quando não houver mais
possibilidades de reconhecimento.
Tenente Coronel Godinho, Major Flávio Santiago, Tenente Pedro Aihara e Ricardo Moreira Araujo, em coletiva sobre 100 dias de buscas em Brumadinho. — Foto: Sérgio Marques/TV Globo |
De acordo com o tenente do Corpo de Bombeiros Pedro Aihara, o
desastre de Brumadinho é a maior operação de busca e resgate do Brasil. Antes,
o trabalho nos deslizamentos na região Serrana do Rio de Janeiro era
considerado a maior operação do país.
Durante esses 99 dias, os bombeiros
militares do estado têm trabalhado na busca dos desaparecidos. Cães
farejadores, drones e aeronaves, além dos militares, são usados nas buscas.
Nesta etapa, segundo Aihara, o trabalho
de buscas na lama tem sido feito prioritariamente com o uso dos cães e dos
equipamentos. Como o faro dos animais é mais apurado, eles são mais efetivos na
localização de corpos e segmentos.
O tenente ainda disse que as buscas
seguem diariamente, das 6h às 23h, e com reuniões durante as madrugadas. Aihara
garantiu que o trabalho do Corpo de Bombeiros só será encerrado em Brumadinho
quando todas as vítimas forem encontradas ou quando não houver mais condições
biológicas de buscas.
Além das vítimas, o rompimento causou a
contaminação do Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São
Francisco. Os rejeitos de minério devastaram a área administrativa da
mineradora, incluindo o refeitório da Vale, onde muitos trabalhadores
almoçavam.
A usina ITM de beneficiamento também foi
atingida, assim como vagões de trens e veículos que estavam na empresa. Após
varrer a mineradora, a lama atingiu comunidades de Brumadinho destruindo casas,
inclusive uma pousada, atingindo propriedades rurais.
Por Sérgio Marques, TV Globo/Foto: Reprodução/TV Globo
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