O mel
da Bahia vem se destacando entre os estados brasileiros. Segundo dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesse mês de
outubro, o Estado da Bahia ocupa agora o 1º lugar na produção de mel da região
Nordeste. No ranking nacional, a Bahia saltou do 7º lugar para 3º lugar, com
uma produção de mais de 4,5 mil toneladas por ano.
A
Bahia possui atualmente 20.000 apicultores, sendo 99% da agricultura familiar. São destaque em produção de mel os Territórios de Identidade
Semiárido Nordeste II, Extremo Sul, Sisal, Velho Chico e Sertão São do
Francisco, que conta com o município
de Campo Alegre de Lourdes, o que
possui o maior número de apicultores da agricultura familiar do estado.
O
secretário estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), Jerônimo Rodrigues,
destacou a importância dos avanços na produção de mel na Bahia, ressaltando
dois aspectos que contribuíram, de forma significativa, para esse resultado, de
um lado, o Estado, com a execução de políticas públicas que vêm garantindo
acesso ao crédito, assistência técnica e apoio à comercialização e do outro, as
associações e cooperativas de apicultores e meliponicultores.
“Temos
que reconhecer a importância do Estado e dos produtores organizados. É uma
vitória do Estado, apicultores e meliponicultores, pesquisadores. Os dados
comprovam que com a qualificação do produto, aumento da produção, da
produtividade, investimentos em tecnologia, inovações e acesso ao crédito, foi
possível alcançar esse resultado. E poderemos fazer isso com a
caprinovinocultura, mandiocultura, fruticultura e outras cadeias produtivas na
Bahia”.
A
coordenadora de Apicultura e Meliponicultura, da Superintendência da
Agricultura Familiar (Suaf/SDR), Marivanda Eloy, reforça que “a oferta de
assistência técnica e extensão rural direcionada à cadeia produtiva do mel,
implantação de unidades de beneficiamento, e o trabalho realizado pela Câmara
Setorial da Apicultura e Meliponicultura da Bahia, além da aplicação adequada
dos recursos, são algumas das ações que também contribuíram para o avanço da
produção de mel no estado”.
Nos
últimos nove anos, o Governo do Estado vem investindo em ações de
fortalecimento da cadeia produtiva de apicultura, com a implantação de 87 Unidades de
Beneficiamento do Mel (UBM). Outras
31 estão conveniadas, em fase de execução e 12 unidades serão
instaladas por meio do projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia
de Desenvolvimento e Ação Regional (SDR/CAR), com financiamento do Banco
Mundial, visando garantir assistência técnica, aquisição de veículos e
equipamentos, entre outras ações.
O
Bahia Produtiva já assinou convênios com 53 instituições
representativas da agricultura familiar, com valor global de até R$
20 milhões, por meio de seleção do Edital de Apoio à Apicultura e Meliponicultura,
atendendo, em todo o estado, 3.600 produtores.
“Com
certeza a chegada do caminhão e do kit com equipamentos vai impulsionar a
apicultura no território, uma atividade que vem crescendo, a cada dia, e que,
agora, conta também com os investimentos do Bahia Produtiva nos setores
produtivos e de beneficiamento e, principalmente, na garantia da assistência
técnica para mais de 300 apicultores” afirmou Ronilson Oliveira, diretor da
Cooperativa Agropecuária dos Agricultores e Apicultores do Médio São Francisco, localizada do município de Ibotirama, Território de Identidade
Velho Chico, instituição que já recebeu um caminhão baú e um kit com
equipamentos para o beneficiamento do mel.
Lívia
Maria Viana de Oliveira, responsável pelas cadeias da apicultura e
meliponicultura, no Bahia Produtiva /CAR, destacou ainda que entre as ações previstas
nesse edital está a contratação de um agente comunitário de apicultura e
meliponicultura (ACA). “Os ACA’s terão a função de assessorar as famílias
por cinco anos, com atividades individuais e coletivas, orientadas para o
processo de produção, agregação de valor e acesso a mercados, promovendo o
desenvolvimento socioeconômico das cadeias”.
Outra
ação prevista é a contratação de um consultor, que tem como objetivo
viabilizar a elaboração de um plano de negócios com metodologia participativa,
visando alcançar os objetivos para o desenvolvimento do projeto como o aumento
da integração das organizações de produtores e associações comunitárias ao
mercado e aumento da receita líquida das organizações de produtores e
associações comunitárias.
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