O governo já dá como jogo perdido a votação do impeachment na comissão, mas aposta que terá no mínimo 200 votos em plenário para derrubar o processo contra Dilma. Na prática, a oposição é quem tem que reunir votos, 342, pra dar impeachment. Se não atingir, não leva.
Diversas listas têm circulado pela Câmara com um mapeamento dos votos. Tem deputado que aparece dos dois lados, contra e ao mesmo tempo a favor do impeachment. Mais do que o resultado na comissão, o placar do que será decidido na segunda-feira é o que mais importa agora. Ele vai servir de base para o plenário.
Se a decisão ficar apertada, o vice-líder do governo na Câmara, Silvio Costa (PTdoB-PE), avalia que não haverá chances para o impeachment em plenário. ‘Eles não colocarão 342 votos no painel. Não estou nem ligando para isso aqui (comissão)’, afirma.
Na guerra do impeachment, o coro dos dois lados é de ‘já ganhou’. Para o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), a maioria está com a oposição. ‘Vamos ganhar folgado. Foi o governo que indicou essa comissão e vai sofrer uma derrota fragorosa’, diz.
Já para o deputado Paulo Pimenta (PT-RS), a maioria está com o governo: ‘Minha previsão é que a oposição não vai alcançar os votos e a presidente Dilma vai sair no dia 1º de janeiro de 2019 e passar a faixa para o Lula.’
Num ponto, os dois lados concordam. A pressão das ruas vai ecoar dentro do Congresso. E novas denúncias que relacionem a gestão de Dilma com corrupção podem entornar o caldo para os governistas e gerar o ambiente certo para o impeachment. A semana será decisiva. Há muitos indecisos, como no Partido Progressista e no PR. Candidatos a novas vagas de ministro na Esplanada dos Ministérios.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) adiantou seu voto contra o impeachment, mas evitou dar palpites. Para ele, há uma zona cinzenta de votos que só vai se decidir no dia da votação em plenário. ‘Nenhum dos lados aposta uma cerveja quente na sua vitória. Podem proclamar, mas isso é apenas para animar a tropa, ainda que muitos que se coloquem como indecisos já tenham se definido, eles estão na verdade esperando oportunidade. Seja o que o governo pode oferecer à vista, seja o que um eventual governo Temer pode oferecer em prazo futuro.’
A oposição defende que a votação seja nominal, que cada deputado seja chamado ao microfone e dê o seu voto. Já o governo sugeriu que a votação fosse por painel eletrônico, para evitar a exposição um a um dos parlamentares. Questão de ordem que será decidida nesta segunda.
Do Portal CS
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