(Foto: Estadão Conteúdo) |
Nesta última terça-feira (5), o vice-presidente da República e presidente do PMDB, Michel Temer, reuniu congressistas, governadores e ministros da legenda para um jantar no Palácio do Jaburu. A principal refeição, de acordo com o “Blog do Josias”, foi ninguém menos que Dilma Rousseff.
Apesar da aliança com a presidente petista, membros do PMDB acreditam que 2015 será um ano difícil para o Brasil, prevendo crise econômica, turbulência política e revolta do eleitorado nas ruas.
De acordo com Josias, não houve discursos ou decisões no encontro. O evento fora criado para mostrar a imagem de uma legenda unida e pronta para apoiar Dilma Rousseff no seu último mandato como presidente.
“O encontro se destina a nos confraternizarmos. Por mais que tenhamos divergências localizadas, elas não acontecem em um encontro nacional”, disse Temer aos colegas de legenda.
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Os políticos, por sua vez, estavam divididos entre grupos. Os ressentidos com o governo por não conseguirem se reeleger ou os que desconfiavam dos rumos políticos que Dilma poderia tomar em seu mandato.
Por exemplo, líder do governo no Senado, Eduardo Braga se referiu ao PT e ao governo de forma agressiva. Braga foi derrotado na sua primeira tentativa de voltar ao governo do Amazonas. Já André Puccinelli, governador do Mato Grosso do Sul, se referiu à Dilma como “essa mulher”.
De acordo com ele, a presidente não merece crédito do partido. Além disso, analisando a forma como Dilma trata o PMDB, a legenda teria que “arrancar tudo dela” se de fato participar do plano de governo.
A delação de Paulo Roberto da Costa sobre a corrupção na Petrobras também foi tema das discussões. Apesar do evento contar com a presença de diversos nomes citados no depoimento, como Renan Calheiros e Roseana Sarney, as denúncias aparecem com um potencial destrutivo enorme para o governo, avaliaram os políticos.
Reforma política
Já na quarta-feira (5), o PMDB reuniu suas instâncias partidárias para discutir a reforma política, mas em nota emitida após o encontro do conselho político a legenda ignorou o pedido da presidente Dilma Rousseff para que as mudanças sejam feitas por meio de uma consulta popular.
O texto de sete parágrafos não cita em nenhum momento o apoio do partido para que seja feito um plebiscito ou um referendo para realizar a reforma.
O presidente da legenda e vice-presidente da República, Michel Temer, disse ao final da reunião que o Congresso é "o palco adequado" para se aprovar mudanças no sistema político.
Dilma já disse por diversas vezes que uma reforma política só teria legitimidade se fosse alvo de uma consulta popular, usando mecanismos de democracia direta como referendo ou plebiscito.
Questionado sobre a posição da presidente, Temer afirmou que "pessoalmente" é a favor, mas não quis se comprometer com a posição do partido no Congresso.
"Vai depender do que o Congresso decidir (a realização de um referendo). Eu pessoalmente sou a favor da consulta popular, acho que referenda o que o Congresso fará. É um amalgama, uma mistura que a própria Constituição já tem entre a democracia representativa e a democracia direta", afirmou a jornalistas.
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