Os moradores do município de Valente, que têm como fonte principal de economia a produção de sisal, aguardam com grande ansiedade a “trovoada de novembro”. O sisal é uma planta mais resistente ao clima seco e é usado pela indústria de cordas e tapetes pela sua dureza.
Após ter enfrentado um período de três anos praticamente sem chuvas (2010-2013), que levou a região a enfrentar uma crise de abastecimento, o medo da população é que os efeitos da estiagem sejam agravados. “Ainda vivemos o reflexo da última seca. Agora, está recomeçando tudo. Em 2014, houve umas chuvas no início do ano e no inverno choveu pouco. Todo mundo está traumatizado e já está com medo”, destaca Gerlândio Oliveira, gerente administrativo da Associação de Desenvolvimento Sustentável e Solidário da Região Sisaleira (Apaeb).
Moradora da comunidade de Barriguda, Nilza Lima, de 53 anos, mostra que o terreno onde trabalha já enfrenta problemas com a estiagem. “Tem muito sisal morrendo. Ele não está resistindo a falta de chuvas”, comentou. “O sisal está bem falhado e com grandes espaçamentos. Aqui, 60% já deve ter morrido”, alertou.
Além da seca, a plantação do local está enfrentando uma praga conhecida como “Podridão Vermelha”, doença causada por um fungo. “Quando você está imunologicamente frágil, não fica mais suscetível a doenças? O mesmo ocorre com o sisal. Frágil por conta da falta de chuvas, a plantação foi atingida por essa praga”, considerou.
Segundo Gerlândio Oliveira, a produção de sisal no município já chegou a ser de 500 toneladas por mês na década de 90. Hoje, ele detalha que a produção não chega a 100 toneladas. “Estamos no aguardo da trovoada de novembro. No ano passado, essa chuva amenizou os prejuízos. Nosso medo é que a seca volte com tudo outra vez. Convivemos ano a ano com essa preocupação”, concluiu.
Do G1 BA / Foto: Henrique Mendes
Extraída do Portal Interior da Bahia
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