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quinta-feira, 11 de abril de 2013

Patricinhas presas com carro roubado dizem que roubam para manter luxo


Escondendo o rosto sob os longos cabelos com luzes californianas, Sendy Gabrielli Gomes, 27 anos, revoltava-se com o fato de estar presa. “Deve ser bonito para eles (policiais) terem prendido duas patricinhas”, argumentava ela, algemada ao lado de Débora Ruth Carvalho de Menezes, 19.

As duas foram presas, na noite de terça-feira, por PMs em uma blitz  no Vale do Ogunjá, após serem flagradas dirigindo um carro roubado, um Palio Fire branco, de placa original OKO 8596. Além de roubado, o veículo estava com a placa NZZ 0215, pertencente a uma caminhonete L-200 prata.

Sendy afirma ser  promotora de eventos e Débora disse ser estudante de Direito da  Faculdade Ruy Barbosa - a instituição, no entanto, informa não haver registros dela como aluna ou ex-aluna.

Segundo o delegado titular da Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DRFRV), Marcos César Silva, não foi apenas a aparência e classe social das vítimas que chamaram a atenção da polícia.

“Já prendi muito bandidão, mas é a primeira vez que vejo uma coisa dessas. A delegacia parou depois que elas chegaram. Achávamos que elas não participavam ativamente de assaltos, mas duas vítimas já as reconheceram como autoras de roubos”, disse. O chefe do Serviço de Inteligência (SI) da unidade, Getúlio Barbosa Nery, confirmou a impressão: “Foram mais de cem ligações”, afirmou.

As denúncias colocam as duas jovens como suspeitas de diversos crimes: roubo de veículos na região de Brotas, onde as duas moram, saidinhas bancárias, assaltos a turistas na Ilha de Itaparica, além de transporte de armas e drogas para traficantes da região apontados como Papa, Tio Chico e outro traficante do Buraco da Jia, no Acupe de Brotas. “Elas transportariam de Brotas para Cosme de Farias, Fonte do Capim, Dias D’Ávila”, citou Barbosa.

Elas também são acusadas de atrair clientes para programa sexual com o objetivo de roubá-los. “As informações são de que elas frequentavam a barraca Terapia, no Imbuí, e levavam as vítimas para lugares mais afastados”, disse Barbosa. As denúncias estão sendo investigadas. “Elas não têm passagem, que atenua a favor delas, mas, ao que tudo indica, elas são extremamente perigosas e são envolvidas com crimes”, disse.

Receptação
Até agora, as duas jovens foram autuadas em flagrante por receptação e adulteração de sinal identificador de veículo (placa) e estão detidas na Delegacia de Repressão a Crimes Contra a Criança e o Adolescente (Dercca).

Segundo Débora, o carro foi emprestado por um amigo identificado como Marquinhos. Elas afirmam ter pedido o carro para ir até o Porto da Barra ver o pôr do sol. Para devolver o carro às 19h, elas voltaram por volta das 18h e, no caminho, foram paradas pela blitz. “Eu até parei tranquilamente. Não tem nada a ver”, ressaltou Débora, que disse ter conhecido o amigo há pouco mais de um ano.

“Nunca soube dele ser envolvido com nada. Para mim, ele vendia tênis”, afirmou. Segundo a polícia, elas foram abordadas na blitz às 20h e, no carro, havia um cachimbo e pequena quantidade de maconha.

Ao resgatar o Palio roubado na DRFRV, o filho do proprietário do carro afirmou que dois homens roubaram o veículo, no dia 26 de março, na rua Arlindo Fragoso, em Brotas. “Eu estava parando o carro e fui fechado pela frente por um Palio Adventure. O carona entrou armado no carro e me mandou sair. Foi coisa de um minuto”, relatou o analista de sistemas Rafael Rebouças, 30.

Momentos depois, ele conta que ligou para um celular que deixou no veículo e foi atendido por uma mulher. “Mas não entendi o que ela falou e logo ela desligou”, disse.

As mulheres negam todas as acusações. “Se eu tivesse roubando, como estão dizendo, eu não estaria passando dificuldade para manter minha pele e meu cabelo bem cuidados. Meu xampu é caro!”, argumentou Sendy, que afirma estar morando há alguns dias na casa dos pais de Débora, após ter saído de um apartamento emprestado pela tia. Segundo a polícia, elas moram no condomínio Novo Horizonte, em Brotas.

De todas as acusações, a que mais incomodou Débora é a de ser usuária de crack. “Maconha também é droga, mas usuária de crack? É uma vergonha! Imagino minha mãe ouvindo isso”, lamentou, chorando. (Informações do Correio). 

Do Portal Interior da Bahia

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