Alguns pontos observados sobre o sistema de mobilidade urbana em Santaluz segundo analise da engenheira e advogada urbana Sonivan Cunha resumem bem os desafios do Chefe do Executivo. Sancionada pelo Governo Federal a Lei de Mobilidade Urbana está em vigor.
A norma tem como principal diretriz priorizar os modos de transportes não motorizados como o modal e as ciclovias com objetivo de dar maior eficácia e efetividade na circulação. Os municípios que descumprirem a nova regra ficarão impedidos de receber recursos orçamentários federais. Em Santaluz não é diferente.
Segundo a especialista que também é advogada urbanista, faz alguns anos que a gestão da cidade teve apenas propostas isoladas da estrutura viária. “O resultado do desafio é o que podemos observar no dia a dia da cidade. Com o rápido avanço do desenvolvimento econômico provocado pela extração de ouro e a concentração do comércio em poucas ruas o cidadão luzense enfrenta um desconforto no trânsito, antes não existente. Dizem que há um comentário da intensão de derrubarem o açougue velho para construírem uma rua utilizada como passagem de pedestre. Penso que essa é uma péssima ideia. Penalizaria os pedestres e ciclistas de se deslocarem de forma segura e nenhuma melhoria traria ao fluxo de carros. É bom sempre lembrar que a cidade não é feita para carros e sim para pessoas”, ressaltou Sonivan.
Outra questão apontada pela engenheira é sobre uma das barreiras físicas na mobilidade de Santaluz provocada por uma linha férrea que seciona a cidade, principalmente em uma pequena faixa com poucos mais dos sete metros de largura, usada como passagem por aqueles que querem atravessar a cidade, dividida pelos trilhos. O pequeno trecho é disputado com grande ansiedade entre pedestres, ciclistas, motoqueiros e motoristas e até mesmo transportes de carga. “Ao longo do dia todos os transportes e pedestres se misturam desorganizadamente em ambos os sentidos, fato que provoca uma grande ansiedade para todos”.
De acordo com Sonivan, que também atua na advocacia urbanista, uma saída facilmente perceptível por todos para melhorar esse fluxo seria remanejar parte dos transportes que surge da Rua Cosme de Farias e Nilton Oliveira pela lateral do Banco do Brasil. Dessa forma os veículos poderiam subir direto, utilizando o trecho da linha férrea em frente à Igreja Santa Luzia. Esse trecho possui a mesma largura que o outro e quase nunca é utilizado para fluxo dos transportes. “Embora esse percurso seja hoje obstruído pela existência de um jardim, há muitas praças e jardins próximos e a supressão desse espaço seria quase despercebido pelo pedestre. Acredito que esse é um trecho que poderia ser utilizado com muita eficácia para desafogar o trânsito e encurtar o percurso de quem vem do centro comercial”, avalia a profissional.
Aponta também que na Rua Rio Branco, a falta de estacionamento existe principalmente pela grande concentração do comércio. “Uma cidade tem que ter um coeficiente de construção muito bem calculado e o que tenho observado é que a Prefeitura tem autorizado obras de grandes densidades nessa área, fato que compromete a infraestrutura e a mobilidade. A saída é impedir a grande concentração de licenças pelos órgãos públicos e levar o comércio para outras ruas, incentivando o surgimento de novas áreas comerciais.
Quanto ao estacionamento na Rua Rio Branco me parece que por ser uma Rua bastante larga poderia se pensar na opção do estacionamento em ângulo em vez do enfileirado. Outras duas soluções que inicialmente me parece como eficientes são: a proibição de que veículos grandes e de cargas utilizasse esses estacionamentos por longas horas e o aproveitamento do canteiro que divide as duas pistas ao longo da Rua como estacionamento.
O ideal é discutir isso com técnicos e ter a participação popular. Incentivar o uso da bicicleta é pensar no futuro. A bicicleta não é só um esporte, ela é um meio de transporte, uma fonte de saúde.
Por: Adimário Reis (Blitz Notícias) - Do Portal Calila Notícias
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