O ex-senador Eduardo Suplicy (PT), que faz 81 anos nesta terça-feira (21), interrompeu o lançamento do esboço do plano de governo da chapa do PT com outras siglas, no Centro de São Paulo, para dizer que não foi convidado e que teve sua proposta do renda básica de cidadania ignorada pelo partido.
“[Quero] entregar ao Aloizio Mercadante a proposta que não foi considerada ainda, entre os itens principais, a instituição da renda básica de cidadania, aprovada por todos os partidos, sancionada pelo presidente Lula e está no programa do PT há muito anos, todo ano. Ele tem alguma coisa comigo, não me convidou para esta reunião. Você sabe com quem que eu soube da reunião? Ontem a noite; ‘Você não vai na reunião do partido?’. Não fui convidado, mas hoje eu estou aqui. E continuarei trabalhando muito para que Lula e Alckmin instituam a renda básica de cidadania enquanto eu estiver vivo ainda”, disse o ex-senador de pé, fora dos microfones.
Durante a fala de Suplicy, os participantes riram do ex-senador.
Na sequência, Mercadante, que liderou a criação do esboço do plano de governo e foi o mediador do evento desta terça, agradeceu a proposta e disse que ainda terão chance de a debater.
“Agradeço muito a sua apresentação. Eu, de fato, não tive como acompanhar o convite de todas as pessoas, só olhar o tamanho do plenário, não era a minha função. Em relação às propostas, hoje é o início de um processo, você vai ter chance de discutir. Mas, para entrar no plano de governo, nós vamos ter que ter um debate aprofundado. Como nós recebemos 51 propostas, que eu mencionei e que não citei aqui, a sua é uma delas. E vai ser discutido junto com a coordenação no momento oportuno. As diretrizes estão definindo só as linhas gerais do programa””, disse.
“Tem a coordenação de sete partidos e o meu companheiro Suplicy de 42 anos de partido tratado com toda diferença, mas com todo o direito que todos os outros têm de apresentar propostas e de serem ouvidos e discutidos. Então, quero dizer que vai entrar na fila das cinquenta e uma propostas que nós já temos.”, completou com aplausos dos participantes.
O programa de renda básica proposto por Eduardo Suplicy virou lei em 2004, aprovada e sancionada por Lula em seu primeiro mandato. Apesar de aprovado, o projeto virou “letra morta” ao não ser implementado.
A lei 10.835/2004 institui que toda a população (brasileiros e estrangeiros que vivam no país há 5 anos) têm direito a um pagamento de valor igual para todos e “suficiente para atender às despesas mínimas de cada pessoa com alimentação, educação e saúde”.
Sem sair do papel, a ideia de Suplicy é usada como inspiração por Ciro Gomes (PDT) em uma proposta de transferência de renda para o seu plano de governo à Presidência.
Lançamento das propostas
O PT e partidos aliados lançaram oficialmente o texto inicial para o plano de governo da chapa Lula-Alckmin para a eleição presidencial de outubro. O encontro ocorreu na Fundação Perseu Abramo, região central da capital paulista.
Além de Lula, esteve presente Geraldo Alckmin, pré-candidato a vice-presidência, e representantes de outros partidos aliados, casos de PCdoB, PV, Rede, Psol e Solidariedade, para apresentar as ideias iniciais para as propostas de um eventual governo.
Alckmin falou sobre a necessidade de retomar o crescimento econômico, mas que aconteça com transferência de renda e sem destruir o meio-ambiente. O ex-tucano criticou eventos recentes promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que esteve em Manaus na última semana para um passeio de moto com apoiadores.
Do Portal NS/Fonte: g1 SP
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