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terça-feira, 14 de setembro de 2021

Alta na conta de luz em 2022 deve ser menor do que neste ano, dizem especialistas

Alta na conta de luz em 2022 deve ser menor do que neste ano, dizem especialistas
Foto: Reprodução / Bahia de Valor

As medidas anunciadas pelo governo para tentar frear a elevação das tarifas de energia em 2022 devem surtir efeito e podem gerar até uma queda nas tarifas em algumas regiões, na opinião de especialistas que comentaram o tema nesta terça (14).
 

Para a consultoria PSR Energy, no pior cenário o aumento médio será de 5%, com possibilidade de queda na conta de luz, caso a necessidade de acionar térmicas seja menor. Para a TR Soluções, o reajuste médio da conta de luz será de 1,81%.
 

Os valores são inferiores aos 7% já registrados em 2021, sem considerar a taxa extra cobrada sobre a conta de luz, que subiu de R$ 9,49 para R$ 14,20 por MWh (megawatt-hora) em setembro com a implantação da bandeira de escassez hídrica.
 

Em evento promovido pelo BTG Pactual, o presidente da PSR, Luiz Barroso, citou a nova bandeira como um dos fatores que vai ajudar a segurar os repasses em 2021, já que sua arrecadação serve para cobrir o custo do excesso de geração térmica este ano.
 

"A bandeira de escassez hídrica faz muita diferença", afirmou. "Estamos observando a possibilidade de termos até índices de reajustes tarifários negativos em 2022, como resultado do aporte na tarifa de energia de medidas que trazem dinheiro para o setor elétrico."
 

Em artigo divulgado nesta terça, a TR Soluções elenca as medidas. Além da bandeira de escassez hídrica, que antecipa o pagamento das térmicas, o governo prevê aportar R$ 5 bilhões em recursos da privatização da Eletrobras na CDE (Conta de Desenvolvimento Energético), cobrada na conta de luz.
 

Há ainda redução do custo da dívida da usina binacional de Itaipu e do custo dos contratos do programa de incentivo à energia renovável Proinfa e a reversão, para o consumidor, de créditos tributários obtidos na Justiça pelas distribuidoras de eletricidade.
 

Esta última, diz a TR, é a única que ainda representa alguma incerteza. Em 2021, o governo já devolveu ao consumidor R$ 7 bilhões referentes a ICMS cobrado a mais sobre as contas e a expectativa da consultoria é que mais R$ 1 bilhão sejam usados ainda este ano.
 

"Partindo do pressuposto de que todas as distribuidoras revertam créditos tributários em 2022, pode-se esperar que, num cenário otimista, o volume de recursos atinja o patamar de R$ 11,6 bilhões", diz a TR Soluções.
 

Sem essas medidas, diz a empresa, o reajuste médio da conta de luz chegaria a 18,6% em 2022, mais do que o dobro da média já observada este ano, que também contou com apoio de medidas excepcionais para segurar aumentos.
 

Até agora, em 2021, o reajuste médio é de 7,04%, sendo que três distribuidoras do Rio Grande do Sul (Certraje Energia, Coprel e Cermissões) obtiveram reajuste negativo e duas (Sulgipe, em Sergipe, e Cemig, em Minas Gerais) ficaram com a mesma tarifa.
 

Segundo dados da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o maior percentual foi aplicado à Ceral Distribuidora, que atua no Paraná, de 18%, seguida pela Celetro, de Santa Catarina, e pela Castro, também do Paraná, ambas com 15%.
 

Os valores não consideram o valor da bandeira tarifária, apenas o que é pago mensalmente pela energia, rede de transmissão e distribuição e impostos.
 

A elevação das tarifas de energia tem forte impacto na escalada inflacionária vivida pelo país. Em agosto, ainda antes da bandeira de escassez hídrica, o IPCA teve a maior evolução para o mês em 21 anos, levando o mercado a passar a prever alta de 8% este ano.
 

No evento do BTG, o presidente da PSR disse que as medidas de reforço ao setor elétrico brasileiro já anunciadas praticamente eliminam o risco de racionamento de energia este ano. Para evitar sufoco em 2022, o governo já anunciou a contratação emergencial de usinas térmicas.


Do Portal Bahia Notícias/por Nicola Pamplona | Folhapress

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