Steve Ludwin, de 51 anos, extrai e injeta em si
mesmo veneno de cobras. Ele faz isso há mais de 30 anos, e garante que sua
imunidade é impecável. “Percebi que não estava mais ficando doente. Vou
completar 14 ou 15 anos sem pegar um resfriado ou uma gripe”, diz.
Cuidadosamente, ele segura serpentes pela cabeça para extrair o veneno usando
um pote coberto por um plástico. Em seguida, usa uma seringa para coletar a
substância. Ludwin lida com as mais perigosas cobras do mundo – e sabe dos
riscos que corre. “É extremamente perigoso mexer com isso, obviamente, mas eu
aprendi com meus erros e desenvolvi uma técnica muito boa agora”, afirma.
Ele
admite que já teve muitos problemas com esse hábito pouco usual – quase morreu,
por exemplo. “Fui parar na UTI uma vez, há uns três anos. Os médicos me
disseram que eu ia morrer, ou que eles teriam que amputar meu braço porque
estava muito inchado e ficando preto”, conta. Mas Ludwin quer desenvolver um
soro antiofídico que seja seguro e barato para ajudar a salvar vidas.
Para
isso, cientistas na Dinamarca estão estudando seus anticorpos. O soro
antiofídico é produzido a partir do veneno retirado da própria cobra e da
hiperimunização de animais, normalmente cavalos. Ele é usado como antídoto
quando uma pessoa é picada por uma cobra – a substância neutraliza o veneno no
sangue e nos tecidos dessa vítima. Existem diferentes tipos de soros, pois eles
dependem do veneno de serpentes distintas.
Por isso, em caso de picada, é
importante saber descrever em detalhes o tipo de cobra. No Brasil, existe um
antídoto polivalente, fabricado a partir do veneno de jararaca e cascavel, para
quando não se sabe exatamente qual espécie atacou.
Do Portal A Voz do Campo
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