Por
quanto tempo irei esperar um sim ou que algo me favoreça!
Despi-me. Joguei fora as amarguras. Joguei fora as algemas que
estavam em meu corpo.
RECOMECEI!
Carreguei o que em mim estava. Só o que me pertence.
Carreguei a mim, pois não me conformei e nem me acostumei em
carregar os outros.
Um sentido me fez assim. Um sentido fez me buscar.
Um sentido de não querer permanecer assim. Pra ser sempre assim.
Pra ficar onde estar.
Rasguei as minhas vestes. Rasguei os meus pesadelos.
Pari o fruto de mim. Numa dor desmedida. E uma alegria sem fim.
Pari os meus desejos. Os meus sonhos e a minha certeza de que de
mim nascia o melhor do meu Eu.
Suportei os meus gritos. E os meus gemidos de dores. Para deixar
revigorar em mim uma semente nova.
Transformei-me na realidade que me veste. Me transformei na
bebida que eu bebo.
Vomitei o meu medo da solidão. Engoli a verdade de querer estar
na minha companhia e sentir como se estivesse com tudo ao meu lado. E do meu
lado estava tudo, pois só eu poderia me dar. E nestes vômitos, nesta vontade,
nestes desejos de querer me descobrir encontrei a minha verdadeira alegria. E
junto com a alegria toda a saudade que se desfez pelo caminho.
Larguei os espinhos que furavam os meus pés, por estar
caminhando no caminho errado.
Larguei a dor que me permiti sentir, por escolher o destino
incerto. E acertei quando resolvi cuidar de mim. E o outro pode torna-se o
espelho da minha vontade. E também aprendeu a cuidar-se. E cuidar ainda mais de
mim.
E enquanto eu estava tentando cuidar mais dos outros, os outros
cuidava menos de mim.
Quando resolvi cuidar de mim o outro resolveu me acompanhar.
E como se veste uma roupa nova eu me vesti da verdade e me transformar
no que de mim pudesse ser. Foi quando o meu Ser pode enxergar a verdade.
Eu me transformei, ainda sem saber, naquilo que de melhor eu me
dei.
Josy Miranda
Nenhum comentário:
Postar um comentário