terça-feira, 24 de janeiro de 2017

Eu me transformei, ainda sem saber, naquilo que de melhor eu me dei

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Por quanto tempo ainda ficarei aqui, esperando que algo aconteça?
Por quanto tempo irei esperar um sim ou que algo me favoreça!
Despi-me. Joguei fora as amarguras. Joguei fora as algemas que estavam em meu corpo.
RECOMECEI!
Carreguei o que em mim estava. Só o que me pertence.
Carreguei a mim, pois não me conformei e nem me acostumei em carregar os outros.
Um sentido me fez assim. Um sentido fez me buscar.
Um sentido de não querer permanecer assim. Pra ser sempre assim. Pra ficar onde estar.
Rasguei as minhas vestes. Rasguei os meus pesadelos.
Pari o fruto de mim. Numa dor desmedida. E uma alegria sem fim.
Pari os meus desejos. Os meus sonhos e a minha certeza de que de mim nascia o melhor do meu Eu.
Suportei os meus gritos. E os meus gemidos de dores. Para deixar revigorar em mim uma semente nova.
Transformei-me na realidade que me veste. Me transformei na bebida que eu bebo.
Vomitei o meu medo da solidão. Engoli a verdade de querer estar na minha companhia e sentir como se estivesse com tudo ao meu lado. E do meu lado estava tudo, pois só eu poderia me dar. E nestes vômitos, nesta vontade, nestes desejos de querer me descobrir encontrei a minha verdadeira alegria. E junto com a alegria toda a saudade que se desfez pelo caminho.
Larguei os espinhos que furavam os meus pés, por estar caminhando no caminho errado.
Larguei a dor que me permiti sentir, por escolher o destino incerto. E acertei quando resolvi cuidar de mim. E o outro pode torna-se o espelho da minha vontade. E também aprendeu a cuidar-se. E cuidar ainda mais de mim.
E enquanto eu estava tentando cuidar mais dos outros, os outros cuidava menos de mim.
Quando resolvi cuidar de mim o outro resolveu me acompanhar.
E como se veste uma roupa nova eu me vesti da verdade e me transformar no que de mim pudesse ser. Foi quando o meu Ser pode enxergar a verdade.
Eu me transformei, ainda sem saber, naquilo que de melhor eu me dei.
Josy Miranda


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