Um padre, de 28 anos, de Frutal, no Triângulo Mineiro, foi preso no último sábado (4) suspeito de abusar sexualmente de um menino de 15 anos, que possuiu retardamento mental, em um clube de Caldas Novas, em Goiás.
Enquanto o caso é apurado, ele foi afastado de suas atividades pela Arquidiocese de Uberaba, que responde pela paróquia da cidade vizinha. Segundo a delegada da Delegacia da Infância, Juventude e da Mulher de Caldas Novas, Sabrina Leles, o crime aconteceu dentro de uma sauna.
"O adolescente estava com a mãe no clube e pediu para ir à sauna. Ela disse para o filho ir rapidinho porque já estavam indo embora. Quando entrou no espaço, o menor encontrou dois homens, sendo um deles o padre", contou a policial.
Minutos após a entrada da vítima, o outro homem saiu. Nesse momento, o sacerdote Fabiano Santos Gonzaga começou a puxar conversa com o jovem. Perguntou seu nome, de qual cidade era e com quem ele estava no clube.
"O menino ficou incomodado com as perguntas e decidiu sair. Porém, o padre travou a porta e, com palavras de baixo calão, disse que o jovem só iria embora depois que fizesse sexo oral nele", explicou a policial.
Logo depois, o suspeito deu um beijo na boca do garoto e acariciou suas partes íntimas. Em seguida, abaixou a cabeça do adolescente para que o sexo oral fosse realizado. Depois do crime, ele foi embora e deixou o menino na sauna. Assustado, o menor foi até o banheiro, lavou a boca com água e sabão e voltou para perto da mãe contando o que havia acontecido.
"Após tomar conhecimento do caso, a direção do clube acionou a Polícia Militar. O que nos surpreendeu foi que, mesmo com as denúncias graves, o padre não se defendeu diante da mãe do jovem e dos funcionários do local. Só depois que os policias chegaram que ele afirmou apenas ter puxado conversa com o menino", disse Sabrina.
Na delegacia, ele disse ser homossexual, negou o crime e manteve a versão apresentada aos militares. Ainda no depoimento, o sacerdote afirmou ter percebido que o jovem tinha problemas mentais. "Mesmo com o retardo, o adolescente tem consciência de tudo que acontece ao seu redor. Ele contou a mesma história para mim, a mãe e o psicólogo. Não entrou em contradições", afirmou a policial.
Gonzaga, que chegou a Caldas Novas na noite de sexta-feira (3) com outro padre e mais um amigo a passeio, foi encaminhado ao presídio da cidade e pode responder por estupro de vulnerável, uma vez que a vítima tem problema mental. Caso seja condenado, o sacerdote pode pegar de oito a 15 anos de prisão.
Polícia vai investigar se padre manteve relações com outros menores
Durante o depoimento, o celular de Gonzaga foi apreendido. O aparelho continha várias imagens e conversas pornográficas.
"Em uma das conversas pelo WhatsApp, a foto do perfil aparenta ser de um adolescente. Vamos investigar se outros abusos sexuais aconteceram. A princípio, o padre não tem antecedentes criminais. Mas vamos entrar em contato com a Polícia Civil de Minas para saber se há alguma investigação contra ele", disse Sabrina.
A reportagem fez contato com a assessoria de imprensa da corporação mineira e a mesma informou que Gonzaga não tinha passagens.
Igreja pede perdão e afasta padre
Nesta segunda-feira (6), por meio de nota, a Arquidiocese de Uberaba divulgou uma nota comentando o caso. No documento, a arquidiocese afirma que repudia qualquer tipo de violência e abuso e aguarda a apuração dos fatos. Enquanto isso, Gonzaga foi afastado de suas atividades.
Também no comunicado, a organização religiosa pede perdão "por qualquer constrangimento ou dor que pudemos causar com tal fato". O sacerdote foi ordenado em 2013 e, desde então, era padre em Frutal. Atualmente, presidia sacramentos na Paróquia Menino Jesus de Praga, no bairro Ipê Amarelo.
As ligações na paróquia não foram atendidas. Uma moradora do bairro, que pediu anonimato, contou que o caso pegou a todos de surpresa. "Frequentava as missas dele e nunca suspeitei de nada. Ninguém esperava uma história dessa. Ele sempre demonstrou ser uma pessoa tranquila", contou a mulher.
Padre está abatido em presídio, diz advogado
Em conversa com a reportagem, o advogado do padre, Elder Ferreira Alves, afirmou que prefere esperar a conclusão do inquérito para se manifestar. No entanto, contou que o padre está muito abatido e estarrecido no presídio.
"Ele nega completamente o crime. Disse que ele e o menino apenas se cumprimentaram na sauna. Estou em contato com a Arquidiocese de Uberaba e ela que está fazendo contato com familiares do padre. Não sei de que cidade a família dele é, mas fui informado que a mãe dele já tomou conhecimento do caso", disse o defensor. (Fonte: Jornal O Tempo).
Do Portal Interior da Bahia
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