Embora ao longo dos séculos o satanismo tenha
existido com diferentes nomes, sua versão moderna é uma criação do
norte-americano Antony LeVey (1930-1997), que escreveu a “Bíblia Satânica” e
criou uma religião que na essência seria ateísta, pois servir a Satanás para
eles seria basicamente viver sem um deus, mas fazer o que determina sua
consciência.
O uso do nome satanismo seria apenas uma maneira de
simbolizar tudo que se opõe a Deus e sua lei moral.
Recentemente conseguiu ser reconhecido como
religião nos EUA com os mesmos direitos do cristianismo. Isso inclui cerimônias
públicas e a divulgação da sua fé em
lugares públicos.
Agora, esse tipo de manifestação religiosa inaugura
seu primeiro templo oficial num país da América do Sul e fala em se espalhar
pelo continente. Liderado pelo satanista Damian Victor Rozo, que se intitula
“pastor luceferiano”, foi inaugurado dia 27 de dezembro o templo “Sementes da
Luz e de Adoração ao Diabo” na cidade de Quindio, Colômbia.
Em seus perfis nas redes sociais, Rozo se apresenta
como “feiticeiro, espiritualista, bruxo de magia negra, vodu e macumba”.
Explica ainda que ensina adoração a Lúcifer porque “é o nosso anjo de luz, que
se rebelou contra o grande ditador que para nós é Deus”.
Além de oferecer trabalhos de magia negra, afirma
que pode ensinar as pessoas como venderem sua alma a Satanás em troca de
riquezas.
A inauguração do templo, que segundo ele foi
construído com doações de satanistas do mundo inteiro, gerou grande polêmica na
Colômbia. Contudo, uma vez que a igreja satânica cumpriu todos os requisitos
legais, não pode ser impedida de atuar pois a constituição colombiana garante
liberdade de culto.
Em declarações à imprensa, o pastor satanista
salientou que “Lúcifer não tem absolutamente nada a ver com a figura do diabo
que os cristãos acreditam”. Negou ainda que faça sacrifícios de animais ou
humanos. Comparou a prática de sua igreja com os cultos cristãos, onde se canta
louvores, fazem orações, pedidos, ensina-se a doutrina e desejam conquistar
mais almas.
A Igreja católica da Colômbia emitiu um comunicado
rejeitando esse tipo de culto. Em uma carta aberta, assinada pelo bispo Pablo
Salas Anteliz Emiro e divulgada pela imprensa, pediu que os fiéis “vivam
autenticamente a nossa fé e rejeitem qualquer forma de pecado e seduções enganosas
do diabo”.
Também afirma estar preocupada com “a integridade
das pessoas e especialmente as crianças, adolescentes e jovens de Quindio”.
Ressalta que já pediu providências às autoridades, uma vez que a lei que regula
a liberdade de religião na Colômbia, não inclui “atividades relacionadas ao
estudo e experimentação de fenômenos psíquicos ou parapsicológicos e práticas
mágicas ou supersticiosas”, como classificou o satanismo.
Dos Portais ACI Prensa e Bluradio
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