A crise que o pais vem enfrentando afeta primeiramente os municípios do porte de Retirolândia, onde são mantidos apenas com os recursos do Fundo de Participação dos Municípios – FPM.
Essa é a opinião do prefeito de Retirolândia André Martins (PSD) que recebeu o Calila Noticias em seu gabinete e mostrou-se bastante preocupado com o futuro, pois segundo ele, não vê melhoras e pela primeira vez deve ter atraso na folha de pagamento.
“A situação é muito complicada, você ter vontade, querer fazer alguma coisa pra melhorar a vida do povo e não encontrar condição pra isso, é um situação que nunca pensei passar na minha vida, pois a estrutura financeira do município não oferece condições para a gente realizar o que sonhou. Estamos com uma queda nominal de arrecadação, o município não tem dinheiro, pra se ter ideia o salário mínimo subiu quase dez por cento, os aumentos de combustível quase 30%, energia elétrica 30%, e a noticia eu recebemos é de constante quedas de receitas. O Município hoje é ingerível e como está não paga suas contas”, afirmou Doutor André como é conhecido.
André Martins lembrou que a União dos Municípios da Bahia – UPB juntamente com a Confederação Nacional dos Municípios – CNM têm promovido marchas para Brasília, onde milhares de prefeitos saem de suas cidades para tentar sensibilizar o Governo da necessidade de melhorar a receita dos municípios e segundo ele este ano fez foi piorar. Ele lembrou que neste mesmo período do ano passado o Governo Federal repassou 1% correspondente a R$ 270 mil, “este ano um por cento caiu para meio e depois para zero virgula vinte e cinco, caindo nos cofres do município apenas noventa mil reais. Agora análise: duzentos e setenta ano passado com energia, combustível e salários mais baixos, agora chega noventa mil com os preços lá em cima”, explicou o prefeito.
Martins atribuí entre tantas coisas, os benefícios feitos pelo Governo Federal que segundo ele o Brasil não aguentou e agora até os beneficiados estão sofrendo também.
Através do PAC 2 o Governo Federal beneficiou praticamente todos os municípios brasileiros com a entrega de máquinas agrícolas, caminhões pipa, pá carregadeira, patrol, caçamba, e Retirolândia também foi contemplada, mas segundo o prefeito são itens necessários que têm melhorado as estradas, limpeza de aguadas, entre outros benefícios, mas diante da situação está sendo obrigado a diminuir o ritmo de trabalho. “Volto a frisar a situação do aumento de combustível que subiu cerca de quarenta por cento de um ano para o outro, as máquinas são de primeira qualidade, mas o consumo é alto, tem delas que gasta um litro de diesel por quilometro. É uma disparidade de uma conta que não fecha, e vem frustrando a maioria dos gestores. Quando assumi não me empolguei com a arrecadação do primeiro ano de governo, imaginei que nos anos seguintes seria melhor, hoje concluo que a ordem foi decrescente.”, lamentou.
Questionado sobre a despesa da festa de São Pedro que aconteceu no início do mês de julho, se não contribuiu para esse “aperto”, ele afirmou que não, pois fez um investimento de apenas 40% do valor em comparação com o ano passado, e que não tinha como não promover a maior e mais tradicional festa do calendário retirolandense que contribui bastante para aquecer o comercio local.
O prefeito disse que apesar dos pesares agradece muito a Deus por não está vivendo o sufoco dos quatro últimos anos, quando os municípios enfrentaram a pior seca dos últimos 60 anos.
Redação CN – Foto: Raimundo Mascarenhas
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