O INEMA (Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos) no mês de janeiro deste ano realizou inspeção e análise da qualidade ambiental do Açude Itarandi – Conceição do Coité em três pontos de amostragem. A coleta contemplou parâmetros relevantes que possibilitam saber a real situação do corpo hídrico e para identificar a causa da mortandade de peixes, levando em consideração os limites estabelecidos pera Resolução CONAMA 357 de 17/03/2005.
Pelos resultados observa-se a degradação na qualidade ambiental das águas do Açude Itarandi nos pontos de amostragem. Estes apresentam violação dos parâmetros DBO (demanda bioquímica de oxigênio); nitrogênio amoniacal; cloreto; fenóis totais, além dos altos valores de coliformes termotolerantes, o que indica poluição por esgotos domésticos.
As concentrações de DBO acima indica a alta quantidade de matéria orgânica. O nitrogênio pode estar presente na água sob várias formas molecular, amônia, nitrito e nitrato. A amônia é tóxica aos peixes, assim, o parâmetro nitrogênio amoniacal é indispensável para identificar as causas da mortandade dos peixes, além de servir para se constar a presença de esgotos domésticos lançados no corpo d’água.
O parâmetro cloreto total violou em todas as amostras, assim como o parâmetro fenóis total, que em elevadas concentrações, são tóxicos ao homem e aos organismos aquáticos. Os fenóis reagem com o cloro livre formando os clorofenóis que produzem sabor e odor na água, além da formação de produtos cancerígenos, os chamados trihalometanos (THMs), o que tornam estas águas para o consumo humano uma grande preocupação.
O parâmetro oxigênio dissolvido no ponto 01 apresenta valor abaixo do estabelecido pela Resolução CONAMA 357/05, outro indicador que explica a mortandade dos peixes. Quanto aos valores de coliformes termotolerantes, todos os pontos de amostragem apresentaram-se com altas concentrações de coliformes, indicador que comprova a inviabilidade do uso desta água, devido a gerações de doenças.
Segundo a engenheira ambiental Juliana Boaventura Isto significa que a principal causa da degradação da qualidade ambiental das águas do Açude Itarandi é o lançamento de efluentes domésticos, provocando a inviabilidade desta para o consumo humano e para irrigação de hortaliças.
Desde o momento que técnicos estiveram em Coité a Prefeitura proibiu definitivamente a pesca e o cultivo de hortaliças no açude. Após a interdição a Prefeitura vem buscando junto a EMBASA a construção do esgotamento sanitário da cidade e recentemente o prefeito Assis foi informado que irá acontecer, mas trata-se de um projeto arrojado e caro e só deverá ser iniciado em 2014, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Governo Federal.
Por Raimundo Mascarenhas (Portal Calila Notícias) * com informações INEMA * colaboração Juliana Boaventura
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