“Carnaval é a economia global. Essa sim é a dona de tudo”. Dessa forma, o cantor e compositor Gilberto Gil, 70 anos, reagiu à entrevista do presidente do bloco Olodum, João Jorge Rodrigues, 57 anos.
Para o líder do Olodum, ao criticar o modelo da festa, "a Bahia virou a terra de uma artista só". "Parece que os outros estão todos mortos". Gil, porém, acredita que essa situação cabe aos patrocinadores e aos interesses da telecomunicação. "Não é a Ivete. Ela, de certa forma, se subalterna [a isso] como eu, como outros", afirmou.
O ex-ministro da Cultura afirmou que entende "o sentido reivindicatório" das declarações de João Jorge. "Ele está representando as vozes de muitos. É justo."
As queixas de João Jorge sobre a divisão dos recursos do Carnaval e a criação do novo circuito do Afródromo --exclusivo para blocos afros, ideia de Carlinhos Brown, 50, que deve estrear em 2014-- repercutiram muito na Bahia.
Gil também acha o Afródromo desnecessário: "Acho que deviam passar dois blocos afros, mas depois um bloco de trio. Não acho que deva ser um espaço reservado, porque os outros circuitos não são". "A cultura negra está querendo a miscigenação e precisam entender isso nessa cidade", afirmou Brown.
Citada por João Jorge, Ivete Sangalo, 40, que se apresentou ontem em Salvador, não quis comentar o assunto. Também mencionada, Claudia Leitte, 32, informou por meio de seu porta-voz, Paulo Roberto Sampaio, que não toma atitude com base em "matiz racial". Para Rodrigues, do Olodum, parte do sucesso de Claudia e Ivete se explica por elas serem brancas.
Conhecido como o inventor do "axé music", Luiz Caldas, 50, admite incômodo com o crescimento de outros ritmos na folia, como sertanejo e eletrônico, e pede ao governo proteção semelhante ao que Recife e Olinda promovem contra o axé baiano. (Informações da Folha de São Paulo).
Do Portal Interior da Bahia
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