Moradores de Lamarão, cidade que fica a 20 km de Serrinha, no norte do Estado, interditaram na manhã deste sábado (28) um trecho da BR-116 para protestar contra as condições da BA-400 – uma estrada de cerca de 12 km e que segundo os manifestantes encontra-se intransitável.
O protesto durou cerca de três horas e contou com a presença de cerca de 500 pessoas que seguravam faixas enquanto em um carro de som os líderes do movimento discursavam. Eles fizeram uma barreira humana e colocaram pneus na pista para impedir a passagem de veículos.
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) esteve no local para tentar a desobstrução da pista, mas os manifestantes só estavam permitindo a passagem de ambulâncias ou veículos cujos ocupantes estivessem passando mal ou com idosos acima de 70 anos. Não houve tumulto e nenhum motorista tentou furar o bloqueio.
Um longo congestionamento foi formado nos dois lados da estrada. Para Otávio Azevedo, 66, morador do povoado do Quinjí, uma das comunidades onde a rodovia passa, a situação da estrada é muito crítica. “O Derba [Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia] nunca fez um serviço de recuperação da estrada. A prefeitura quando quer só coloca barro nos buracos, mas não resolve o problema e quando chove piora tudo. Estamos praticamente isolados”, afirma.
Segundo Joselito da Combi, presidente da Associação dos Motoristas de Transporte Alternativo de Lamarão, o percurso que normalmente era feito em 15 ou 20 minutos agora é feito em 1 hora e 20 minutos. “Lamarão está esquecido, ninguém quer visitar nossa cidade por que a estrada não oferece condição de trafego”, completou.
O motorista José Carlos Santos, 33, ficou irritado com o protesto. “são um bando de desocupados. Eles poderiam fazer a manifestação, mas não podem interferir no direito de ir e vir dos cidadãos”, diz.
A pista só foi liberada por que os manifestantes conseguiram marcar para as 9h horas de segunda-feira (30) uma reunião com o diretor-geral do Departamento de Infraestrutura de Transportes da Bahia (Derba), Saulo Pontes, e representantes de organizações locais. “A nossa perspectiva é participar dessa negociação e a depender da resposta deles agente seguir em mobilização, porque o nosso movimento só acaba quando conseguirmos a recuperação da estrada”, disse Tais Carvalho, líder do Levante Popular da Juventude de Lamarão em entrevista ao PCS.
Do Portal Clériston Silva
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