Por Paulo Marcos*
1 - O Silva e a Silva: A primeira análise que faço é sobre a votação de Marina Silva. O povo mostrou a Lula que quer outro Silva na presidência. Embora não seja o projeto de Marina que fale mais alto ou mesmo o desejo por um Silva. O Lula da Silva é o melhor presidente do Brasil e seu projeto é muito maior que a história de qualquer candidato, inclusive a sua própria. Os votos de Marina, neste segundo turno, devem se dividir em três: brancos e nulos; uma pequena parcela para Serra, principalmente do bloco de centro-direita que estava com Marina; e por fim a maioria de votos de simpatizantes e ex-petistas que acompanharam Marina Silva na nova investida.
2 - Escolha de candidato: O desempenho de Paulo Souto foi vergonhoso. Perdeu para Tiririca, César Borges e José Ronaldo. O DEM poderia ter escolhido melhor o candidato a governo assim como o PT de Coité deveria ter escolhido melhor o candidato a deputado estadual, que apesar de melhorar o desempenho em Coité não cresceu fora.
3 - TOM e o DEM: Um partido dividido e em decadência é o que o resultado das eleições falam sobre o Democratas em todo o Brasil. Perdeu cadeiras no Senado, na Câmara, nos Governos Estaduais e nas Assembleias. Na Bahia, a salvação da lavoura foi o ex-prefeito de Coité, que desde 2000 não disputava eleições. TOM foi eleito prefeito, governou com dificuldades, envolveu-se em processo de cassação e chegou a ser afastado, registrou candidatura a reeleição, em 2004, e desistiu temendo a derrota. Teve um governo ruim e ficou na geladeira por seis anos. Agora tornou-se o mais votado do DEM para deputado estadual. De fato significa a renovação do partido, que tanto foi dita por Paulo Souto no último domingo até porque caciques políticos do velho PFL como Emério, Izac Pinheiro Jr, e tantos outros se renderam e estão com Wagner. TOM deverá ser a liderança de oposição ao governo mais forte do Estado assim como foi nas urnas.
4 - O PT de Coité tá acima da média: O Partido dos Trabalhadores de Conceição do Coité, liderado por Assis do PT, tornou-se o principal partido político do município após o resultado das urnas de domingo, enquanto isso o PMDB desce a ladeira. Mais de 42% dos votos para deputado estadual e mais de 37% para deputado federal foram para o partido, que com esses números o grupo está acima da média estadual, que ficou em torno de 20%. Se comparar a votação de Wagner e de Dilma em relação a 2006 (Wagner e Lula), o atual prefeito Renato Souza do PP, que diz ter apoiado o PT, não conseguiu transferir mais que mil votos. Além disso, dentre as lideranças do Partido, apenas Assis e Arivaldo apoiaram a candidatura do professor e escritor Emiliano José, o campeão de votos na cidade.
5 - Que venha 2012: O PT, que obteve 42% dos votos para prefeito e manteve agora para deputado, que aumentou a bancada de vereadores para três, em 2008, e agora se fortaleceu com mais deputados, senadores e a reeleição de Wagner, precisa trabalhar firme para eleger Dilma e fazer um bom plano de campanha rumo a prefeitura, em 2012, quem sabe conte com o apoio do atual prefeito de Coité que deverá votar no PT pela terceira vez no dia 31 de outubro e deva acabar se acostumando com onda 13.
Por fim, como Comunicólogo, outra análise que faço dessas eleições, é que o Rádio não tem mais a importância de antes na cobertura da apuração. A Internet superou e muito pela velocidade e outros atrativos que dispõe. Não há mais a emoção do voto a voto e insistir nisso é falar de passado, quando todo mundo já sabe o futuro.
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* Paulo Marcos é Comunicólogo (UNEB), especialista em rádio, TV e comunicação digital junto a jovens e lideranças do movimento social. Atua no Terceiro Setor e é repórter e correspondente da TVE-BA, jornais e emissoras de rádio comunitária e e comercial da Bahia.
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