O Complexo Eólico Tucano, localizado nos municípios de Tucano, Biritinga e Araci, foi inaugurado oficialmente na terça-feira (3), em cerimônia realizada em Salvador. Segundo o governo baiano, este será o primeiro do país a ter uma equipe de operação e manutenção 100% composta por mulheres.
De acordo com o governo, uma das metas do equipamento é reduzir os gases de efeito estufa em 57,6 mil toneladas por ano. O começo das operações conta com 52 aerogeradores, que representa um ganho de 322 MW de energia renovável para a matriz energética brasileira. A capacidade é de abastecer quase 800 mil casas.
A previsão é de que o Complexo seja ampliado com a construção de mais cinco equipamentos, que devem outorgar mais 160 MW de potência instalada.
Segundo previsto pela AES Brasil, responsável pelo projeto e que, desde 2017, também opera o Complexo Eólico Alto Sertão II, na Bahia, o Parque Eólico de Tucano deve gerar mais de três mil empregos diretos e indiretos em toda sua cadeia produtiva.
“A formação de mulheres para a operação desse parque é uma iniciativa pioneira. Acreditamos que seria um marco ter um projeto desse operado 100% por mulheres formadas nas comunidades locais, gerando renda e melhorias de infraestrutura”, destacou Rogério Jorge, CEO AES Brasil.
Rogério Jorge ainda ponderou que, como investidores de longo prazo, a intenção é de que a região se desenvolva cada vez mais, para atrair cada vez mais investimentos.
A inauguração contou com as presenças do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e do vice, Geraldo Júnior. Na cerimônia, o chefe do estado baiano destacou a participação das mulheres na operação do complexo.
“Deve ter tido muita resistência para que fosse apresentado uma modelagem de uma empresa com esse perfil de mulheres em todos os setores. Mas, não permitiremos que um projeto como esse tenha dificuldades”, disse o governador.
De acordo com dados de 2023, divulgados pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), os principais geradores de energia elétrica por fonte eólica estão no Nordeste, correspondendo a mais de 90% de toda a energia gerada pela fonte.
Selo Lilás
A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), Elisângela Araújo, também convidou as empresas responsáveis pelo Complexo Eólico de Tucano a aderir ao Selo Lilás, por seu compromisso na contratação e valorização do trabalho de mulheres no setor de energia.
A empresa ainda passará por uma avaliação técnica, que vai analisar as condições de contratação e cumprimento de normativas, que garantam, por exemplo, equidade salarial e paritária para as trabalhadoras contratadas.
Atuarão na operação e manutenção do complexo: uma coordenadora da usina; quatro mantenedoras operadoras; uma técnica de planejamento de manutenção; uma técnica de edificação; um almoxarife; uma analista de gestão de ativos; uma analista de meio ambiente e uma analista patrimonial. A maioria baiana.
Efeitos para a cidade
Em Tucano, o complexo já está em funcionamento há mais de um ano, mas deve operar na totalidade até o fim de 2023. O equipamento terá capacidade para gerar 322 megawatts (MW) de energia limpa.
– O projeto, praticamente concluído, conta com 35 aerogeradores de um total de 52 aerogeradores, ou seja 67% em operação comercial;
– A estimativa é que o Complexo esteja 100% operacional ainda neste terceiro trimestre de 2023. Nos primeiros seis meses deste ano, Tucano gerou 216 GWh;
– Atualmente o Complexo Eólico Tucano conta com 11 colaboradoras em seu quadro de funcionários, sendo 100% em áreas operacionais.
Na Bahia, além do Complexo Eólico Tucano, a AES Brasil também é responsável pelo Complexo Eólico Alto Sertão II, localizado na região sudoeste do estado, nas cidades de Caetité, Guanambi, Igaporã e Pindaí, que tem parques com 230 torres eólicas e capacidade instalada para gerar 386,1 MW de energia.
Além de ser uma opção renovável economicamente competitiva, a energia eólica é aliada para a agenda de sustentabilidade, cada vez mais presente nas organizações, como forma de mitigar a emissão de carbono e evitar a poluição ambiental.
O Brasil registrou, no primeiro trimestre de 2023, a maior produção de energia limpa dos últimos 12 anos, segundo dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), e a expectativa do Ministério de Minas e Energia é de que o setor continue em expansão.
Na Bahia, até 2025, mais de R$ 50 bilhões devem ser investidos com a implantação de 63 usinas eólicas, segundo dados da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE).
Energia eólica na Bahia
O setor é o segundo maior responsável pela produção energética brasileira, ficando atrás apenas das hidrelétricas. São mais de 900 usinas que geram energia através do vento, 85% delas na região Nordeste.
O estado tem se destacado nesse cenário e ocupa a segunda posição no ranking nacional, com 5,6 GW de capacidade instalada em operação. São 227 complexos eólicos no território, segundo dados da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
Do Portal NS/Por g1 BA
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