Três dias após seu então companheiro ser preso em flagrante por matar a mãe de Delino Marçal, vencedor do Grammy Latino Melhor Álbum de Música Cristã em Língua Portuguesa de 2019, uma jovem de 21 anos disse nesta segunda-feira (17) que não quer mais vê-lo. Ela conseguiu na Justiça medida protetiva por ter sido ameaçada de morte por ele horas antes do assassinato da religiosa.
“Até então, eu estava com ele, mas, depois desse crime, não tem mais como”, disse ao Metrópoles a jovem. Ela afirmou ter se separado de Matheus Macaubas Lima Santos, de 22, após ele ser preso por matar a pastora Odete Rosalina da Costa, de 79, com barra de ferro (relembre aqui), na porta de igreja, em Goiânia, sexta-feira (14).
Conforme publicou o portal Metrópoles, parceiro do Bahia Notícias, a jovem contou à Justiça que, duas horas antes de seu então esposo matar a pastora, acordou com uma mão dele na cabeça dela, “dizendo que estava repreendendo o demônio”. Em seguida, segundo o processo, ele a ameaçou de morte. Ela só não foi morta porque, conforme acrescentou, pegou as facas na cozinha e as jogou pela janela.
“Há o risco de que o relacionamento conturbado entre a vítima e o investigado possa evoluir para transgressões mais graves, o que deve ser evitado, sobretudo, para assegurar a integridade física e psicológica da vítima”, escreveu a juíza Raquel Rocha Lemos, na decisão, fundamentada na Lei Maria da Penha.
De acordo com o boletim de ocorrência, a jovem disse que os dois começaram a se relacionar ainda na adolescência e, conforme acrescentou, “conviveu maritalmente” por cinco anos com ele. Ela tem uma filha de 6 anos de idade, de outro relacionamento e que morava com o casal.
A jovem contou que na terça-feira (11) o casal foi para a residência da mãe de Matheus. No dia seguinte, segundo a jovem, ele pegou o carro e disse que iria ao supermercado, mas, acrescentou, só voltou para casa às 10h de quinta-feira (13). Ela afirmou que, na ocasião, ele “apresentava comportamento alterado, agitado, pupilas dilatadas e falava coisas sem sentido”.
Três horas depois, de acordo com a jovem, o casal voltou para sua casa, e Matheus tomou banho e dormiu. À noite, por volta das 19h30, o jovem acordou porque a mãe dele e familiares foram até a residência para orar e ficaram no local por 40 minutos até irem embora.
Por volta das 22h de quinta-feira, segundo o relato do boletim de ocorrência, Matheus voltou a dormir. Na madrugada seguinte, às 3h, a jovem acordou ao sentir a mão dele na cabeça dela, dizendo que estava “repreendendo o demônio”. Na ocasião, ele também disse à jovem que queria fazer um acordo para ficarem bem, mas ela o recusou.
Diante da negativa de sua esposa, segundo o boletim de ocorrência, Matheus disse que a mataria, motivo pelo qual ela foi até a cozinha, pegou as facas e as jogou pela janela. Em seguida, conforme ela relatou à polícia, os dois conversaram, mas ele queria pegar o carro e sair com a filha dela, que estava na casa da avó, no mesmo lote.
Logo depois, segundo a jovem, o jovem procurou as facas, mas não as encontrou. Em seguida, de acordo com o relato dela, Matheus reforçou que ela saísse da frente dele senão a mataria. O jovem, então, “quebrou o espelho, a televisão e a janela”, por onde ele saiu, imediatamente. Em seguida, ela saiu pela porta para tentar segurá-lo.
No quintal, de acordo com a ocorrência, Matheus se deparou com um tio de sua esposa e entrou em luta corporal com ele. Desesperada, ela disse que tentou separar a briga, e, de imediato, seu esposo deu um murro em seu rosto.
Segundos depois, de acordo com a jovem, Matheus ainda “tentou entrar na casa da avó dela para matá-la”, mas foi impedido por sua esposa e pelo tio dela. O jovem, então, danificou o veículo do homem e fugiu, em seguida, na região onde mora.
Por volta das 5h de sexta-feira (14), o jovem invadiu a igreja completamente nu, segundo a investigação, e matou a pastora com golpes de barra de ferro. No dia seguinte, durante audiência de custódia, ele teve a prisão em flagrante convertida em prisão preventiva.
Na decisão que determinou a medida protetiva, a juíza ordenou que, mesmo no caso de estar solto, Matheus está proibido de se aproximar, a menos de 200 metros, da ex e dos familiares dela, com quem também não pode estabelecer qualquer forma de contato por qualquer meio de comunicação.
Sobre a medida protetiva contra Matheus, o advogado Celso José Carbonaro de Andrade disse que “a defesa não irá se pronunciar até estar inteirada completamente do ocorrido”.
O jovem deve ser ouvido pela polícia nesta semana. O delegado André Veloso disse que o laudo psiquiátrico de Matheus deverá ser anexado ao inquérito na Delegacia de Investigação de Homicídios (DIH). O objetivo é saber se o crime foi cometido em um contexto de consumo de drogas ou de surto psicótico (ou os dois).
Após ser preso, Matheus não quis passar seus dados pessoais, não respondeu a nenhuma pergunta do interrogatório e até se negou a vestir roupas, quando chegou para fazer exame no IML. O jovem vai responder por homicídio qualificado por motivo fútil, além de lesão corporal e desacato contra os militares.
Do Portal Bahia Notícias
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